Gestão Empresarial e o potencial humano aplicado
19/08/2013
O maior diferencial em qualquer ação, seja tática ou estratégica, externa ou interna, é a visão profissional que surge da intuição.
O conhecimento, seja ele empírico, prático, técnico ou científico, dependerá da visão pessoal do profissional, para ser potencializado e gerar o diferencial de mercado. Muitos profissionais estudam, pesquisam e se mantêm atualizados, detêm coleções de currículos impecáveis; porém, não tem visão para operacionalizar as demandas de forma rentável, sustentável e duradoura ou simplesmente lhes falta a capacidade de criar o detalhe que faz a diferença.
Fazer a coisa certa, muitas vezes, pode não ser o suficiente para ampliar a lucratividade do negócio. Obter lucro, apenas mantendo o pátio produtivo funcionando, os colaboradores produzindo e as vendas satisfatórias, não é o meio que fará o negócio permanecer por longo tempo no mercado em ascensão. Sempre haverá o algo mais necessário para potencializar o crescimento.
Quando tudo parece bem mas não melhora, é por que não está tão bem quando parece. A realidade do cenário externo e interno, pode ser diferente daquela que acreditamos viver e conhecer. A maioria dos negócios são administrados sem base, ou seja, de forma aleatória, naquilo que se sabe ou no “achismo”.
O processo de gestão empresarial planejado e executado com base nas pesquisas de mercado e avaliações, tende a prosperar e ser assertivo. No entanto, o percentual de resultados obtidos, comparado à possibilidade real de expansão mercadológica, é que classificará seu verdadeiro crescimento e as chances de permanecer de forma linear e ascendente.
Ter lucro, resultado positivo e sucesso nas vendas hoje, não significa permanecer com a continuidade desse cenário amanhã. Todo crescimento alcança o limite da visão do gestor e de sua capacidade de controlar; depois declina até o ponto de equilíbrio, que nem sempre é favorável.
Muitos profissionais renomados exploram o mercado e fazem do negócio um laboratório de especulação de suas ações, limitado ao risco estabelecido; alguns conseguem resultados positivos e outros fracassam. O que difere a qualidade do serviço e potencializa o resultado das ações é a visão pessoal do gestor, que é a manifestação da intuição.
Ter boa intuição é também qualidade pertinente ao gestor, quando somada ao conhecimento técnico, à experiência de mercado, capacidade de executar tarefas e liderar equipes. A intuição, é um diferencial de mercado pouco explorado que favorece a visão de futuro, não pode ser mensurada, por isso está fora dos departamentos de recursos humanos e dos relatórios de contratação e avaliação das empresas.
Existe grande diferença entre raciocínio e intuição. O raciocínio é o resultado da conclusão obtida na análise dos dados e informações existentes, podendo ser empírico ou científico. A intuição pode ser defina como o aspecto superior do ser humano, relacionado ao autoconhecimento, a parte do ser ligada à quarta dimensão – comunhão, consciência e intuição, podendo ser visto como algo sobrenatural.
A intuição é a própria sabedoria que está dentro de nós, embora nem todas as pessoas consigam utilizar esse potencial. Etimologicamente, a palavra intuição vem do latim intuitione, formado a partir da união de “in-” (em, dentro) e “tuere” (olhar para, guardar). No português, provavelmente uma inflexão do francês “intuition” (contemplação, conhecimento imediato, pressentimento que nos permite adivinhar o que é ou deve ser), originado do latim.
Na psicologia, intuição é um processo pelo qual os humanos passam, às vezes e involuntariamente, para chegar a uma conclusão sobre algo. Na intuição, o raciocínio que se usa para chegar à conclusão é puramente inconsciente, fato que faz muitos acreditarem que a intuição é um processo paranormal ou divino. Seu funcionamento e até mesmo sua existência são um enigma para a ciência. Apesar de já existirem muitas teorias sobre o assunto, nenhuma é dada ainda como definitiva. A intuição leva o sujeito a acreditar com determinação que algo poderá acontecer.
O matemático e filósofo Blaise Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas conexões inconscientes que tornam possível à mente consciente fazer escolhas. Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein, considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”.
Segundo a psicóloga Virginia, a mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um conhecimento de risco. “Pessoas com baixa autoestima, por exemplo, têm mais dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em relação a tudo o que venha de seu interior”. A psicóloga afirma que é possível desenvolver a intuição por meio de algumas técnicas, como o treino da habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o desenvolvimento da autoconfiança. “Devemos confiar na intuição à medida que a autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar a intuição dos seus medos e desejos”.
A intuição é a parte superior do homem, é a manifestação da consciência e da comunhão com o Deus Criador. Para alcançar percentuais próximos à perfeição, é necessário ser consciente e manifestar a intuição. Dessa forma os resultados em todas as áreas serão significativos, tendo como valor agregado para o gestor o diferencial pouco explorado e de difícil competitividade.
O ser humano é dividido três partes que dividem-se em mais três; essa divisão é chamada de o homem tripartido. Corpo – cabeça, tronco, membros; cabeça, manifesta-se no tronco e membros. Alma – pensamento, sentimento, emoção; pensamento que manifesta-se no sentimento e emoção. Espírito – comunhão, consciência, intuição; comunhão, que manifesta-se na consciência e intuição. Corpo e Alma são inseparáveis e vivem na terceira dimensão, já o espírito existe na quarta dimensão.
O melhor profissional é o que erra menos. Os profissionais que acertam e obtêm resultados positivos não podem ser considerados excelentes; mesmo por que o acerto de hoje pode significar o declínio de amanhã do negócio. Com isso, manter o negócio e errar menos é mais promissor que acertar. O que acerta mais, tem muita chance de errar. Consideramos que, um erro pode colocar todo negócio à falência, e jamais um acerto será capaz de manter o negócio para sempre.
É evidente que existe o profissional que erra menos e acerta mais, até mesmo por ser uma tendência natural. No entanto, existem profissionais de vendas, por exemplo, que vendem muito na quantidade, com pouca qualidade; ou seja, acerta e erra ao mesmo tempo. É nessa hora que o erro pode significar negativamente mais a longo prazo que o acerto.
O profissional excelente age de forma consciente, não acha e não supõe. Ele alia o conhecimento de mercado extraído de pesquisa e avaliação, à técnica, prática e inteligência; depois cria o diferencial de mercado no detalhe que vem da intuição e consciência. Tem um ditado que diz: “são nas pequenas pedras que homem tropeça”; no entanto, é com a soma das pequenas ações e dos detalhes, que o negócio cresce.
Saber, não é mais importante que estar preparado para aprender. Aquele que sabe, muitas vezes, não está disposto a mudar seus paradigmas e conceitos. Os profissionais abertos a novos conceitos e mudanças, são humildes ao ponto de aproveitar oportunidades e adequar o negócio a elas; muitas vezes sabem mais dos que acham que sabem.
Ninguém sabe tudo que não possa aprender, principalmente quando se trata de mercado, consumo e comportamento do consumidor e colaborador; cenários externo e interno que vivem em constante mutação. A sabedoria do gestor consiste em estar aberto para enxergar as necessidades dos consumidores e colaboradores, sendo elas, muitas vezes, sutis e percebidas nos detalhes subliminares.
Só mantém um negócio promissor, com resultados positivos e crescentes, a empresa que inova e tem na sua linha de produção ou força de vendas um gestor que intui, inova e está preparado para as mudanças. Outros negócios são tão promissores que proporcionam resultados mesmo mal administrados, tendo como alavanca a injeção constante de investimento financeiro.
São duas vertentes que merecem atenção. Uma é o crescimento do negócio pela competência profissional do gestor, cenário interno geralmente com ambiente estruturado e movido a táticas e estratégias mercadológicas, podendo alcançar grandes percentuais de lucratividade. Outra, é a que sobrevive e cresce em função de constante injeção de dinheiro, ambiente geralmente com alto índice de turnover e conflitos.
Mais que necessário, o maior diferencial em qualquer ação, externa ou interna, é a visão profissional do gestor que surge da intuição, associada ao conhecimento prático e técnico e a capacidade de inovar e adequar a equipe de trabalho e a força de vendas, com velocidade, aos novos cenários externos e internos, com tática e estratégia.
Por Paulo Eduardo Dubiel – Executivo em Gestão de Marketing e Negócios, Esp. – www.peds.com.br