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Tik Tok, um Malvado Favorito do Povo Americano?

Tik Tok, um Malvado Favorito do Povo Americano?
  • Publishedjaneiro 20, 2025

Tik Tok, um Malvado Favorito do Povo Americano?

No final de março de 2023, escrevi um Artigo intitulado: “Por trás da guerra contra o Tik Tok”. Nele apresentei alguns motivos pelos quais a A Casa Branca, ameaçava banir o aplicativo de origem chinesa, dos Estados Unidos, sob a alegação de possível espionagem.

Naquela altura, os 150 milhões de norte-americanos, usuários da Plataforma, não gostaram nem um pouco da notícia. O Fato é que a Administração Biden, dizia ter motivos concretos para se preocupar. Exigiu inclusive, que os Servidores públicos norte-americanos desinstalassem o Aplicativo dos aparelhos fornecidos pelo governo e recomendou aos países europeus que fizessem o mesmo em relação aos funcionários públicos usuários da Plataforma.

Na ocasião, o CEO da empresa nos EUA, Shou Zi Chew, passou por uma sabatina duríssima de mais de cinco horas, diante dos Congressistas no Capitólio, a mesma duração do depoimento de Mark Zuckerberg do Facebook em 2018. Mesmo diante de um inquérito com tom exacerbado e visceral, Shou, saiu-se muito bem na defesa da empresa por ele comandada em solo norte-americano.

Nesse, 19 de janeiro de 2025, expirou o prazo para que a sentença da Suprema Corte fosse cumprida, exigindo que a controladora chinesa do Tik Tok mundial, a ByteDance, vendesse a operação para o controle de uma companhia norte-americana. Mesmo com os rumores espalhados pelo dono da Plataforma X, Elon Musk em declaração à Bloomberg, de que estaria negociando a compra da Cia nos Estados Unidos, que logo foi desmentida, a suspensão de funcionamento da Plataforma aconteceu nesse Domingo. Atualmente são 170 milhões de “usuários”, no país.

Desses, cerca de 7 milhões são empresas que dependem do pleno funcionamento, sem o qual seus negócios ficarão comprometidos. Segundo o CEO, em sua “declaração de amor” ao Presidente Trump, a empresa está otimista em retomar os entendimentos com um Presidente que realmente entende a importância de uma Big Tech, que acumula mais de 60 bilhões de visualizações.

A Plataformização da Vida me impressiona. Imagine o custo político, econômico e social para um país dependente das Big Techs! Assim como previ em meu Artigo, nesse Portal, intitulado: “As Big Techs e Ópio Digital”, penso que ainda no primeiro semestre desse ano, o Brasil servirá de laboratório de teste no cabo de força entre a Tecnocracia e a Democracia. Refiro-me a possibilidade da empresa Meta (Whatsapp, Instagram, Facebook e Threads), enfrentar o judiciário brasileiro com relação a checagem de fatos que modera conteúdos falsos e proibidos em nosso país.

O banimento por aqui poderá representar um verdadeiro Caos, com impactos diretos no cenário político e na própria economia. Durante a campanha eleitoral, Trump declarou gostar do Tik Tok e obviamente seus estrategistas digitais utilizaram os algoritimos dos memes e dancinhas para posicionar as propostas do candidato eleito. A suspensão implica no funcionamento normal da Plataforma para os usuários cadastrados, porém sem a possibilidade de fazerem atualizações.

Fica também, impossibilitada a adesão de novos usuários nesse período. Na segunda-feira, 20 de janeiro, um possível respiro será dado com a declaração da disposição da nova administração em encontrar uma saída para o impasse da venda, fazendo prorrogar o prazo das operações pelo menos para os próximos 90 dias. A propósito, um sinal de que algum caminho será galvanizado é o fato de que o CEO, Shou Zi Chew foi convidado para a posse presidencial.

A indignação maior de Chew é de que até o presente momento não há provas de ligações do Tik Tok com a sua controladora chinesa no sentido de serem transferidas informações sensíveis, ou qualquer forma de espionagem de dados. Esperam resolver em definitivo essa situação nessa nova fase da história política dos Estados Unidos. Em 2018, Zuckerberg teve que enfrentar os Parlamentares de seu país por associar-se a empresa Cambridge Analytica, no escândalo de vazamento de dados pessoais de mais de 87 milhões de usuários da rede social em favor da eleição de Donald Trump.

Ou seja, os EUA tinham ali, explicitamente, um espião para chamar de seu. O Facebook fechou um Acordo, pagou US$ 5 bilhões de multa, mas nunca admitiu as acusações. Contudo, mundo à fora, especialmente depois de Zuckerberg declarar publicamente o seu alinhamento ao Governo Trump na proteção dos interesses das Cias americanas, a empresa defende-se sempre de acusações de sua intervenção política, desde o episódio que culminou na chamada “Primavera Árabe” (Protestos antigovernamentais no início da década de 2010, nos países árabes: Líbia, Egito, Iêmen, Síria e Bahrein ), ao mais recente episódio de viralização de um vídeo do Deputado brasileiro da oposição, Nikolas Ferreira, que levanta dúvidas sobre a taxação do Pix pelo Governo brasileiro, que alcançou mais de 300 milhões de visualizações.

O episódio ocorre, em meio ao anúncio da Meta sobre a flexibilização de suas regras de moderação de conteúdos além da retomada da permissão para a publicação de assuntos de cunho político no feed de notícias. Teoria da conspiração à parte, o fato é que ao se aliar ao pensamento liberal de Trump, a empresa desperta ainda mais a suspeição dos países em relação ao uso de seu poder algorítimico na escolha de seus políticos prediletos.

Fonte: IG

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Ana Karla - Redação Olheinfo

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