40% permanecem e 60% perdem seus investimentos
16/04/2012
O Brasil é abundante, povoado por pessoas de boa vontade, trabalhadores felizes, favoráveis ao crescimento do mercado e à melhoria do bem-estar social. A falta de cultura, entretanto, diminui essas oportunidades, fazendo com que poucos conquistem o sucesso e 60% percam seus investimentos.
Hoje parece comum correr o risco de o negócio falir; com tanta reincidência, isso se tornou um paradigma. A causa do problema apontada pelos empresários são os índices elevados de impostos; não que estejam errados, porém, se estivessem certos, o país pararia, já que todos têm a mesma carga tributária.
O problema não existe – não acreditamos nele –, porém a falta de cultura favorece o erro. O declínio não é natural, não acontece por culpa do mercado consumidor, e sim por consequência da soma das ações impensadas dos empreendedores, empresários e gestores. Nesse aparente paradoxo, é melhor não tentar acertar, do que tentar e errar; porque, apesar de ser imprescindível ter atitude para conquistar o planejado, não se pode dar espaço ao erro.
Toda ação implica riscos, que são menores do que os de ficar na zona de conforto, ou seja, é imprescindível tomar decisões e ter atitudes coerentes com tática e estratégia de base; quando o erro ou o acerto será o resultado do planejado. Vale ficar atento, pois: uma iniciativa errada pode mudar a história e levar até as grandes empresas à falência; no entanto, uma iniciativa certa nunca levará o negócio ao pleno sucesso, pela necessidade diária de sua prática. Com isso, pode-se entender que a preparação é a base para obtenção de sucesso.
O conhecimento sobre o mercado, os consumidores, o negócio e a importância de como se faz e não apenas do que fazer é fundamental para o sucesso da empresa. Ter boa vontade, idéia, aparência, visão de mercado, dinheiro para investir; bem como, trabalhar com motivação e empenho são primordiais; da mesma forma que é indispensável estudar, entender, pesquisar, atender à demanda de mercado, servir o consumidor com excelência e saber que ele é o dono do negócio. Todo o processo de avaliação e
coleta de dados, bem como de planejamento devem preceder qualquer tomada de decisão e ação, quando o fundamental é manter o foco no feedback do cliente e consumidor.
As oportunidades mercadológicas são tendências naturais de crescimento, nessa visão o futuro de todo negócio “deveria” ser próspero. Ao fazer uma analogia do mercado com a natureza, vemos que ambos são o mesmo ambiente (diferentes de: estão no mesmo ambiente), sujeitos às seis forças ambientais do marketing: demográfica, econômica, natural, tecnológica, político-legal e sociocultural; cuja totalidade torna o negócio uma megatendência de mercado. Exemplo: a árvore nasce, cresce, matura e declina, como a empresa; só que, seu declínio se dá em média aos 100 anos e suas sementes mantêm sua existência, isso porque nasce no lugar certo, cresce e se inclina no tempo certo perante as intempéries do mercado, não mudará o curso de sua história e servirá o ambiente com excelência. Uma empresa deveria, naturalmente, ter esse mesmo ciclo de vida, com princípios semelhantes; mas, para muitos empresários, é comum agir precipitadamente, desviando a empresa do curso natural de crescimento ao valer-se do verbo “achar” ou para substituir as necessidades reais do negócio por suas próprias idéias pessoais.
Isso parece complicado, mas não é impossível ser entendido – embora o corpo humano seja complexo, nossa mente o administra com perfeição. Da mesma forma temos a capacidade de gerir o ambiente, pois tudo é um só corpo, em que todos contribuem para sua autoreprodução; no entanto, nem todos entendem ou não querem entender dessa forma. O resultado, que é a etapa fim do processo, sempre será superior quando sua base estratégica estiver alinhada com esse entendimento. É uma visão da qual o início e o meio do processo devem ser interpretados de forma que, a essência da relação mercadológica alinhe a auto-estima e produtividade dos colaboradores a real necessidade do consumidor.
Os financeiramente privilegiados preferem dominar os menos favorecidos que trabalham para eles e cumprem sua rotina sem criatividade e motivação. É imprescindível superar a dicotomia empresário/empregado, pois o que temos é uma codependência, em que um não sobrevive sem o outro. Além disso, é necessário que haja reciprocidade, que o empregado não seja mais considerado mão-de-obra a ser explorada, e sim uma “mente-de-serviço” livre, com atitude própria, sendo remunerado por servir o ambiente. O empresário que valoriza o capital intelectual recebe a fidelidade do colaborador e o aumento da produtividade com excelência. Dessa forma, ambos colaborarão para o bem-estar social e obterão os resultados esperados.
A responsabilidade e o bem-estar social dependem de cada um de nós. Devemos cuidar do ambiente e amá-lo como a nós mesmos, pois somos o próprio ambiente e não apenas fazemos parte dele. Essa é a visão que favorece tudo e todos. O inverso desse precedente é o causador da patologia responsável pelo declínio das empresas. Para entender, basta acreditar que servir e contribuir com excelência, pensar no cliente e na necessidade do mercado, bem como manter o relacionamento profissional com amor é a essência que faz, para quem pratica, o sucesso ser inevitável. O ambiente foi criado para todos viverem em abundância e aproveitarem as infinitas oportunidades oferecidas pelo mercado, quando entendemos claramente como ele realmente é.
Paulo Eduardo Dubiel
Diretor Executivo da Peds Marketing Direto & Com.
Editor do Olheinfo
Inventor do Pralimao
Publicitário / Jornalista
Graduado em Gestão de Marketing
Especialista em Gestão de Negócios
Executivo em Gestão de Marketing e Negócios, Esp.