O declínio das empresas é a causa ou consequência da miséria brasileira?
15/01/2013
Ações com excelência no planejamento e na execução refletem positivamente nas consequências dos seus resultados, principalmente quando abarcam a complexidade da circularidade produtiva.
O ambiente necessita de ações complexas, sérias, que proporcionem resultados em longo prazo, projetos que tenham continuidade até que atinjam o limite da autoprodução – quando os valores agregados à todas as áreas alimentem o processo de crescimento circular, proporcionem o desenvolvimento pessoal de cada um por completo, contribuindo assim para o ambiente do qual somos e não apenas fazemos parte dele.
Presenciamos em nosso ambiente – sistema vivo que interage com toda forma de vida do qual somos e não apenas fazemos parte dele –, do esforço de todos; principalmente de nosso governo, para combater a fome, erradicar o analfabetismo, reduzir o desemprego, entre outros que compõem o ciclo da miséria e destruição do ser humano. Se focarmos nossa atenção para esse quadro do qual é comum em nosso país, veremos que as ações das ONGs, governos estão na contramão da história, com reflexos que, invés de melhorar, com o passar dos anos estão piorando cada vez mais.
Ações com excelência no planejamento e na execução refletem positivamente nas consequências dos seus resultados. É o caso do governo, que deveria combater a causa dos problemas criados pelo próprio sistema, e não alimentar sua consequência, ou seja, o homem deveria viver, comer, estudar e trabalhar por vontade própria; com amor, motivação e determinação, porém faz tudo isso por obrigação, tendo como resultado a contribuição para o declínio das empresas, pela falta de resultados. Da mesma forma os governantes deveriam estar preocupados com esse tão conhecido declínio das empresas, que mantém um número assustador ao longo dos anos.
Na verdade não é tão difícil entender que: se 60% das empresas declinam com no máximo dois anos de vida – fato conhecido por todos, de tal forma que, transformou-se em uma coisa comum, um paradigma no país –, certamente 60% dos investidores ficam impossibilitados de sustentar suas famílias como sustentavam antes, 60% das verbas investidas deixam de circular, 60% de impostos deixam de ser recolhidos, 60% de pessoas que colaboravam nessas empresas estarão desempregadas, 60% das famílias dos desempregados passaram dificuldades e até fome, 60% dos filhos ficaram com possibilidades precárias de ir à escola. É fácil entender essa matemática o difícil é aceitar que uma coisa tão óbvia está sendo deixada para atrás, ou seja, a causa de todos os problemas mais frequentes em nosso país não é vista como tal e sim como uma coisa comum, por culpa da tributação e/ou pela falta de cultura dos investidores.
A tributação elevada contribui para o declínio das empresas sim, como também a falta de cultura, mas tudo está ligado em um processo de circularidade, em que tudo faz parte de um só ambiente, por essa razão estão interligados e não podem ser solucionados isoladamente; esforçar-se em combater as consequências, sem ocupar-se com a solução das causas, é e sempre será um esforço desperdiçado.
Ajudar as empresas com recursos financeiros, sem programas estratégicos de capacitação, avaliação e controle, sempre foi um desperdício de verbas públicas. Combater o analfabetismo sem dar oportunidade para a formação completa é o mesmo que assumir um país que contribui para a desqualificação do ser humano, pois combater o analfabetismo é tão pouco que chega ser vergonhoso o esforço e o sensacionalismo que é feito para tais ações que não tem seu fim. O que adianta um analfabeto aprender a ler e escrever se não tem oportunidades de crescimento no ambiente que vive?! Ofertar leite e pão poderia até ser a solução, se esses alimentos fossem o suficiente para manter de pé um ser vivo. Na verdade, num país onde tudo que se planta nasce e a natureza contribui para a vida, seria mais fácil distribuir sementes e cultura alimentar, por meio de programas que habilitassem e dessem condição do pobre plantar para comer; o conveniente nesse processo é que da planta se nasce mais plantas e se proporciona mais saúde e liberdade de vida – um sistema que funcione em termos de circularidade produtiva.
O termo poiesis é grego e significa produção. Autopoiesis quer dizer autoprodução. A palavra surgiu pela primeira vez na literatura internacional em 1974, num artigo publicado por Varela, Maturana e Uribe, para definir os seres vivos como sistemas que produzem continuamente a si mesmos. Esses sistemas são autopoiéticos por definição, porque recompõem continuamente os seus componentes desgastados. O termo “autopoiese” traduz o que ele chamou de “centro da dinâmica constitutiva dos seres vivos”. Para exercê-la de modo autônomo, eles precisam recorrer a recursos do meio ambiente. Em outros termos, são ao mesmo tempo autônomos e dependentes. Trata-se, pois, de um paradoxo.
Essa condição paradoxal não pode ser adequadamente entendida pelo pensamento linear, pois este analisa as partes separadas, sem empenhar-se na busca das relações dinâmicas entre elas. Tal termo é melhor compreendido por um sistema de pensamento que englobe o raciocínio sistêmico (que examina as relações dinâmicas entre as partes) e o linear. Sendo os sistemas autopoiéticos a um só tempo produtores e produtos, pode-se também afirmar que eles são circulares, ou seja, funcionam em termos de circularidade produtiva. Reafirmo que esse entendimento só pode ser satisfatoriamente proporcionado por meio do pensamento complexo. Sabemos que nossa cultura é profundamente formatada pelo pensamento linear e, que, esse fato tem resultado em significativas consequências, algumas delas muito graves, como estamos vendo e alguns vivendo.
Assim não podemos persistir em ações com resultados a curto prazo, que apenas justificam medidas essenciais para vida, temos que agir, acordar para a realidade, parar de querer mostrar para os demais que existem programas para combater a pobreza, miséria, o analfabetismo, desemprego. O ambiente necessita de ações complexas, sérias, que proporcionem resultados em longo prazo, projetos que tenham continuidade até que atinjam o limite da autoprodução – quando os valores agregados à todas as áreas alimentem o processo de crescimento circular, proporcionem o desenvolvimento pessoal de cada um por completo, contribuindo assim para o ambiente do qual somos e não apenas fazemos parte dele.
A fome se combate com a erradicação do analfabetismo até a formação universitária, amor, reconhecimento, respeito pelo ser. O analfabetismo se combate com as oportunidades de crescimento e emprego. O desemprego se combate com a diminuição do declínio das empresas. Dessa forma podemos afirmar que o declínio das empresas é a causa e o responsável por grande parte dos problemas vividos pelo povo brasileiro e a consequência é a miséria, que necessariamente será solucionada quando cada um de nós estivermos preparados para isso.
Por Paulo Eduardo Dubiel – Executivo em Gestão de Marketing e Negócios, Esp.
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