Invista na sua empresa. O investimento nem sempre é o monetário
05/11/2012
Há vários tipos de investimento, diferentes do monetário, que rentabilizam mais a longo prazo; como investir no capital intelectual, bem-estar do clima organizacional, processo de gestão, na capacitação, inovação etc.
O investimento é fundamental para a empresa permanecer e obrigatório quando se almeja o sucesso duradouro do negócio. Porém os mais rentáveis investimentos são aqueles com conceitos intangíveis, que parecem arriscados pela sua complexidade e por envolverem pessoas, processos e possibilidades. No entanto, o investimento financeiro é mais simples e aparentemente assertivo quando se quer mensurar a projeção de retorno; porém oferecem riscos, com a desvantagem de rentabilizarem a propagação a curto prazo.
Todo investimento financeiro em um negócio dependerá do potencial humano, somado ao plano estratégico e processo de gestão, para que seja rentável. É inevitável, para ter sucesso duradouro, por exemplo, que uma empresa aérea que investe bilhões na compra de aviões, deva concomitantemente investir no processo de gestão, como no capital intelectual dos seus colaboradores.
O investimento tangível precisa da sustentação do investimento intangível nas proporções necessárias, sejam elas: maiores, iguais ou menores, em tempo real à necessidade de se gerar a lucratividade e o retorno necessário. Se isso não acontecer, esse mesmo investimento poderá acelerar o declínio do negócio, no momento em que a depreciação de bens do ativo imobilizado corresponder à diminuição do valor dos elementos classificáveis, resultantes do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal.
Hoje, o conceito do capital intelectual começa a ser considerado patrimônio da empresa, quando no processo reconhece-se que os colaboradores das áreas operacional, tática e estratégica formam um só corpo – que é a empresa. A empresa inexiste sem pessoas, elas são a empresa e movem tanto a sua estrutura, como a relação que mantem com o mercado, resultando consequentemente na geração de riquezas. A vida de uma empresa são as pessoas que, recebendo investimento certo, poderão multiplica-lo com mais segurança que qualquer outra aplicação no mercado de capitais.
Por outro lado muitos empresários ainda enxergam o colaborador como simples empregado que, por obrigação, devem obedecer as ordens e cumprir seus horários; os chamados de mão-de-obra qualificada. Administram suas empresas com visão pessoal, mesmo de forma profissional e com experiência, sem conhecimento de causa sobre a realidade do mercado, de seus clientes e colaboradores. Essa forma de gerir o negócio é limitada aos acontecimentos do acaso, ações que podem responder tanto positivamente, como de forma negativa; é a flexão do verbo achar – achismo –, que representa mais de 60% das empresas que declinam com menos de dois anos de vida.
Para alcançar o resultado multiplicador do investimento, a preparação é o segredo da vitória, ela depende inteiramente dos estudos de mercado, com base na complexidade das pesquisas e avaliações dos ambientes. Um estudo bem elaborado permite que o tomador de decisão adquira o conhecimento da realidade do cenário e dos donos do negócio – que são os clientes. Conhecer os clientes e colaboradores, suas peculiaridades e alinhar essa força às fraquezas, ameaças e oportunidades em um contexto consciente e disciplinado; é a maior certeza da multiplicação do patrimônio investido.
Correr riscos calculados é fundamental, porém basta um erro para eliminar todas as chances de permanecer no mercado. Por isso é importante reconhecer que, mesmo sabendo e conhecendo o cenário, não existirá certeza absoluta; mas a verdade dos fatos levantados, por meio de pesquisas e avaliações, independente da visão pessoal de quem quer que seja, conduzirá os investimentos à prosperidade duradoura – retenção de clientes e colaboradores, gerando lucratividade e crescimento contínuo para o negócio.
Quando o investidor/empresário aprende de forma profissional com os clientes, consumidores e colaboradores, ambos inseridos e relacionando-se com o seu segmento de mercado, ele estará conhecendo a verdade e a real necessidade de cada um; com isso poderá investir assertivamente e dificilmente perderá. Acertar não é uma questão de sorte, é conhecimento e preparo. Nesse contexto é importante frisar que não se conhece pessoas, clientes com “bate-papo” e observação, mas por meio do investimento em pesquisas de satisfação, avaliação e controle.
O investimento mais rentável de um negócio é o direto no capital humano e intelectual, são eles que trarão resultados e os multiplicarão ao longo do tempo. Os investimentos tangíveis em estrutura física, máquinas, equipamentos, propaganda, estoque, pessoal etc., sempre dependerão diretamente dos investimentos intangíveis – pesquisas, avaliações, planos estratégicos, táticos e operacionais, treinamentos, capital intelectual e a inteligência corporativa. A manutenção do processo é indispensável, para reter e fidelizar o cliente de forma espontânea e natural, como também otimizar os recursos investidos. Por fim, ou melhor, para dar continuidade à lucratividade é necessário o feedback do processo por meio das pesquisas de satisfação, avaliação e controle do processo de gestão.
Não existe meio termo no cenário mercadológico e na vida, ou você está crescendo ou declinando; para evitar o declínio é necessário investir de forma correta. Nesse contexto, o investimento é a fonte de alimento para o progresso e a manutenção daquilo que se quer reter. Falar de investimento não significa unicamente o financeiro, que nem sempre é a solução para alimentar o processo de crescimento, seja da nossa carreira, vida pessoal ou dos nossos negócios. Investimento é tudo aquilo que subsidia a multiplicação dos valores existentes.
São muitas dicas, críticas, recomendações e fontes diferentes de informação, que resultam em uma sensação de que estamos sempre um passo atrás da informação ideal. Por isso, é importante entender que, ao invés de boas recomendações é necessário investir em bons gestores e adquirir informações da fonte, por meio de ferramentas específicas. O que falta no mercado é a cultura de pesquisar, deixando de lado a ansiedade, o achismo e a opinião das pessoas incapazes de ler a mente dos seus clientes e colaboradores.
Para investir bem, devemos ter em mente que as melhores informações são aquelas que ninguém têm, que essas não estarão disponíveis a todos e só poderão ser encontradas nas suas fontes – na mente dos clientes e colaboradores. Que não podemos escolher a forma de gerir o negócio, pois o negócio pertence ao cliente e ao mercado consumidor, com isso são eles que determinam o como querem ser atendidos, comprar e o que comprar. O dono dos ativos tangíveis e intangíveis é o investidor com seus colaboradores – os que se propõe a servir.
Investimentos conservadores nas empresas, podem até deixar de ser competitivo no curto prazo, dando espaço para os concorrentes afoitos que em muitos casos liquidam seus produtos e brilham nos rankings de shere – participação de mercado em volume de vendas. Porém, os conservadores, com tais táticas e estratégias orientam uma tendência duradoura, se fortalecem na distribuição numérica – participação de mercado em volume de canis de venda – e consolidam uma base de clientes que repetem seus negócios. Essa retenção é que resultará na rentabilidade duradoura, somada aos recursos que deixam de ser gastos periodicamente para atrair novos clientes.
O investimento inteligente é aquele que lhe traz contínua satisfação e segurança, num cenário em que o cliente e o colaborador encantado, retido e fidelizado espontaneamente, mantem o negócio nas crises e o torna conhecido na sua rede de relacionamento social.
Por Paulo Eduardo Dubiel – Executivo em Gestão de Marketing e Negócios, Esp.