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Mais Desempenho Gera as Doenças Sociais e Mentais

Mais Desempenho Gera as Doenças Sociais e Mentais

Esse texto motiva a reflexão dos verdadeiros valores do ser humano no relacionamento e no convívio social.

A busca desenfreada por mais quantidade, num cenário virtual descontrolado, tem efeitos colaterais danosos e irreversíveis para o ser humano.

A sociedade mundial como um todo, nos últimos 25 anos, absorveu transformações radicais nos seus modos de pensar e agir em função do desenvolvimento tecnológico e da corrida desenfreada por maiores resultados; ignorando a corrida por melhores resultados. A consequência para um lado é o benefício para a indústria e o comercio, e de para o outro lado é o prejuízo com as muitas patologias adquiridas em decorrência dos efeitos colaterais do mundo virtual descontrolado. O efeito é destruidor quando o ser humano cria a dependência eletrônica e a “obrigação” constante de alcançar as metas impostas nos discursos motivacionais das empresas. Esse é o cenário social do desempenho, criticado pelo filósofo sul-coreano Byung-chul Han, autor do livro “Sociedade do cansaço”. No entanto, mergulhamos ainda mais no fundo na patologia quando o sistema público não sustenta a sociedade de forma equilibrada; e, com isso, a sociedade desconfigurada está cansada, tem medo, incerteza etc.

Uma pesquisa realizada pelo Ibope, em 2013, apontou que 98% dos brasileiros sentiam-se cansados mental e fisicamente. Além do cansaço o sofrimento de um desânimo cruel proveniente da insegurança e do medo do crime, que exige ficar sempre em um estado de hipervigilância. Por exemplo: o cenário político é de extrema calamidade, um processo doentio das próprias autoridades do país; eles afrontam criminosamente às leis que são aplicadas com rigor apenas contra os cidadãos menos favorecidos.

A saúde mental do povo brasileiro está comprometida. O país vive um estado de guerra psicológica que afeta a vida de todos e causa o esgotamento mental e emocional nos mais jovens aos mais velhos dos cidadãos; é a sociedade do cansaço que nasce da conexão de todos esses fatores. Han chama isso de o “infarto da alma”, ou seja, uma fadiga extrema, em que cada pessoa possui seu próprio grau de esgotamento.

As crianças e principalmente os adolescentes, jovens, adultos e idosos estão contaminados pelos mecanismos de comunicação da nova era – a web; juntamente com as empresas e a sociedade como um todo. Um milênio marcado pelo desenvolvimento tecnológico e pelo estímulo subliminar ao crescimento quantitativo desenfreado, que assume o lugar da qualidade do relacionamento e da melhor experiência de consumo.

Han considera que os avanços tecnológicos, a web e as redes sociais criaram as doenças neuronais. A era bacteriológica e viral transformou-se na era das doenças neuronais, da mente, que está ligada a subjetividade, na qual a sociedade da positividade traz uma prática de violência que resulta na superprodução, no super desempenho e na super comunicação.

Quando não há um ponto de equilíbrio, perde-se a referência do princípio e os meios passam a não justificar os fins. Sem princípios não há sustentação social; ao contrário, o sentido social se rompe e perde-se totalmente a referência da verdade. Sem base, o ser humano perde a sua capacidade de ser, e assume apenas a sua forma humana de ter.

A nova era digital passa uma falsa aparência de total liberdade e mais aproximação do mundo e das pessoas, com facilidades na comunicação e no acesso às informações. Quando na verdade o resultado é o oposto ao que parece. As pessoas estão conectadas 24h e interagindo virtualmente umas com as outras, no mesmo instante que se isolam do mundo real e deixam de relacionarem-se interpessoalmente.

O ser humano não é feito de chip, não depende apenas da energia para funcionar e não tem ninguém para controlar. O ser é a vida que depende do alimento espiritual para permanecer vivo. O humano é a parte que compõe a existência, é a alma que depende do alimento mental e físico. O ser e o humano dependem das relações humanas, sociais e políticas.

Os biólogos e filósofos chilenos Francisco Varela e Humberto Maturana criaram na década de 1970 o termo Autopoiese (do grego auto “próprio”, poiesis “criação”) para designar a capacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios como um sistema vivo autopoiético, em que as moléculas produzidas geram com suas interações a mesma rede de moléculas que as produziu. É um processo de circularidade onde tudo se completa e têm dependências mutuas.

A teoria da autopoiese e da adaptação de um ser vivo ao seu meio são condições sistêmicas para a vida e para existência. O sistema vivo e autônomo está constantemente se autoproduzindo, autorregulando, e sempre mantendo interações com o meio. Possibilitando a construção das relações entre os elementos e as funções exercidas no todo comunicativo dos sistemas. A autopoiese vem sendo utilizada como marco teórico dos Direitos Fundamentais.

Há a necessidade do ser humano viver e existir em sociedade, e que essa sociedade seja estruturada ao ponto de permitir o fluir das dependências interpessoais e intrapessoais de toda a forma de vida no processo de circularidade; onde nós somos vistos como o Planeta Terra, e não apenas como parte dele. O planeta e tudo que nele há é visto como um só corpo, e todas as partes vivas se completam e dependem umas das outras para existir.

É notório que o avanço tecnológico e o crescimento da produtividade favorecem o ser humano e toda forma de vida, quando visto apenas como um valor agregado ao meio; sem substituir o princípio e o fim. Ao contrário, o avanço desenfreado da tecnologia exige que o homem seja cada vez mais rápido e trabalhe cada vez mais, assim como as máquinas que ele mesmo opera e as metas que lhes são exigidas. Tais valores afrontam o ser e sacrificam o humano ao ponto de adoecer.

A sociedade do desempenho até produz excelentes resultados a curto prazo, porém a médio e longo prazos produz deprimidos e perdedores, já que ela nutre o poder de elevar o nível de produtividade a exaustão, através da técnica disciplinar: “do imperativo do dever”. É o crescimento do humano e a diminuição do ser, isso é a inversão do valor natural das coisas.

Os smartfones, software e computadores por exemplo, são lançados a cada ano com versões mais rápidas e envolventes de processadores; assim como as empresas estabelecem metas e objetivos de crescimentos contínuos. Tudo para disputarem mercado e ganharem mais que os seus concorrentes. O ser humano não precisa de tanto, e está sendo condicionado a esse cenário consumista que sacrifica o humano e tira a vida do ser.

O foco de todo processo de crescimento empresarial e de desenvolvimento tecnológico deveria ser para atender o ser humano com qualidade de vida; ao contrário, o foco é para atender ou superar as expectativas das empresas de faturar mais que os seus concorrentes. Com isso, deixam de lado os princípios do livre comercio, da troca e do servir ao próximo com amor; adotando o tudo por dinheiro.

Com a ausência dos princípios ético, moral e do próprio amor pelo próximo; a filosofia empresarial, o verdadeiro sentido comercial do servir e do atender à necessidade do consumidor se perde. E assim, produtos e serviços são comercializados com o único objetivo nos lucros, e não para atenderem às necessidades dos consumidores. Sem as políticas públicas de controle do crescimento, o ser humano está adoecendo como uma vítima do capitalismo selvagem.

O ser humano precisa adquirir a consciência e a capacidade de resistir aos estímulos hiperativos e opressivos da sociedade consumista. Encontrar o ponto de equilíbrio e vencer os próprios medos, as próprias inseguranças e fraquezas. O consumidor precisa resistir ao avanço da inversão de valores, que cresce em função das necessidades irreais criadas pelo capitalismo para gerar a escravidão comercial; é quando o humano serve à máquina e ao sistema, e não encontra tempo para servir a si mesmo, para se autoconhecer, alimentar o seu ser e evoluir. Esse texto motiva a reflexão dos verdadeiros valores do ser humano no relacionamento e no convívio social.

Por Paulo Eduardo Dubiel

Executivo em Gestão de Marketing & Negócios, Esp. – www.peds.com.br
Gestor da Inteligência Emocional e Gestor de ODM

Leia mais sobre autopoiesis: O declínio das empresas é a causa ou consequência da miséria brasileira?

Paulo Eduardo Dubiel
Paulo Eduardo Dubiel
Paulo Eduardo Dubiel é publicitário, jornalista e gestor de negócios e marketing profissional; graduado em Gestão de Marketing, MBA Executivo em Gestão de Negócios, pós-graduado em Gestão da Inteligência Emocional, com extensão em Gestão Pública de ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, Gestão de Resíduos, Gestão Ambiental e Administração do Tempo e demais cursos. Consultor Master com 25 anos de experiência profissional nas áreas estratégicas, táticas e operacionais.

6 Comments

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