Criança Russas Choram ou Voltam a Sorrir?
Criança Russas Choram ou Voltam a Sorrir?
12/04/2022
Os Motores de Busca Que Podem Nos Ajudar
Os Motores de Busca Que Podem Nos Ajudar
12/05/2022
Criança Russas Choram ou Voltam a Sorrir?
Criança Russas Choram ou Voltam a Sorrir?
12/04/2022
Os Motores de Busca Que Podem Nos Ajudar
Os Motores de Busca Que Podem Nos Ajudar
12/05/2022

Ética no Jornalismo Ontem e Hoje

Ética no Jornalismo Ontem e Hoje

A ética no jornalismo é um compromisso do profissional, de bom caráter e de boa índole, que não se vende.

Em 18 de agosto de 2017 Pery Camilo escreveu este texto que mais parece retratar os dias de hoje ou a história do jornalismo no Brasil, principalmente quando parafraseia Milton Santos ao lembrar que “a força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une”; assim quando cita que muitas vezes as notícias são “fabricadas” e carregadas de interesses escusos e servem a um propósito alheio ao apenas de informar. Nessa última frase eu acrescento o propósito alheio escuso de faturar independente do resultado danoso gerado.

ética jornalística é o conjunto de normas e procedimentos éticos que regem a atividade do jornalismo. Ela se refere à conduta desejável esperada do profissional. Portanto, não deve ser confundida com a deontologia jornalística ligada à deôntica. A deontologia se refere a uma série de obrigações e deveres que regem a profissão. Embora geralmente não institucionalizadas pelo Estado, as normas da ética jornalística são consolidadas em códigos de ética que variam de acordo com cada país.

A questão da imparcialidade é também central nas discussões sobre ética jornalística. É difícil distinguir textos jornalísticos objetivos do chamado jornalismo opinativo. Jornalistas podem, intencionalmente ou não, cair como vítimas de propaganda ou desinformação. Mesmo sem cometer fraude deliberada, jornalistas podem dar um recorte embasado dos fatos sendo seletivos na apuração e na redação, focando em determinados aspectos em detrimento de outros, ou dando explicações parciais — tanto no sentido de incompletas quanto de tendenciosas. Isto é especialmente efetivo no jornalismo internacional, já que as fontes da apuração estão mais distantes para serem checadas.

Pery Camilo escreve a ética no jornalismo, a difícil arte de conciliar

Já dizia um colega: “o jornalismo ético sempre terá espaço, mas é o sensacionalista que causa mais polêmicas”. A palavra polêmica aí é literal; matérias sensacionalistas geram repercussão momentânea, causam estragos e geralmente são inverídicas. E o problema aumenta quando, muitas vezes, a publicação é partilhada em canais de notícias que, em tese, deveriam prezar pela credibilidade da informação. A partir dali, o que foi dito pelo jornalista, formador de opinião, mesmo que incoerente com a realidade dos fatos acaba se tornando uma verdade absoluta.

Muitas vezes as notícias são “fabricadas” e carregadas de interesses escusos e servem a um propósito alheio ao apenas de informar. Seja o de ganhar notoriedade, likes, ou simplesmente aceitação política. E não interessa a quem à deturpação da informação irá prejudicar, ou se vai prejudicar, o importante é que a matéria sensacionalista atinja seus propósitos.

Zygmunt Bauman falava sobre o conceito da sociedade líquida, ele afirma que “vivemos num tempo marcado pela flexibilidade, na qual, provoca uma certa fragilidade no que tange nossas relações sobre as coisas ou pessoas”. Essa flexibilidade se potencializa quando a sociedade em questão ignora o sentido mais amplo da inteligência humana: a capacidade de pensar e compreender o contexto dos fatos. Há uma alienação comum e esta se torna cada dia mais perigosa quando a ferramenta são as redes sociais, onde a maioria dos usuários se coloca como juízes da razão.

Dois fatos distintos, porém iguais, que repercutiram de maneira negativa nas redes sociais me chamaram a atenção para uma reflexão que culminou neste artigo de opinião. Dois vídeos caseiros, num deles o chefe do executivo de Jacaraú, Prefeito Elias Costa (PMDB) aparece cantando descontraído o jingle mais famoso das festas de réveillon. No trecho: “… adeus ano velho, feliz ano novo… muito dinheiro no bolso…”. Elias, a meu ver, de maneira despretensiosa e natural, coloca as mãos no bolso e faz sinal positivo, olhando para o céu, como que desejando que o que cantado por ele naquele momento virasse realidade. Atire a primeira pedra quem não deseja o mesmo? Certo, sejamos sinceros (ao menos até aqui, reflitam sem paixões), onde está o problema nisso? Para mim, nenhum! Mas acreditem, bastou a publicação desse vídeo para uma enxurrada de críticas, indignação e discursos revoltosos. Os mais alienados chegaram a cogitar, inclusive, que a atitude

do então futuro Prefeito, conotaria na sua má intenção de usufruir dos recursos públicos, o qual estaria gerindo a partir do ano seguinte. Os aliados acharam um absurdo a tal polêmica, enquanto os adversários colocavam mais lenha na fogueira, afinal de contas é disso que se alimentam matérias sensacionalistas.

O tempo passou, a repercussão negativa pretendida com a publicação foi alcançada com sucesso e em seguida, como acontece com toda polêmica, a matéria foi arquivada na gaveta do esquecimento dos cérebros alienados.

Agora, mais uma vez, outro vídeo gera polêmica e repercussão negativa. Dessa vez um parlamentar, vereador França de Doutor, também da cidade de Jacaraú, aparece ao lado de amigos em um bar, e gritando eufórico: “-aqui tem dinheiro!”, se referindo ao amigo que depositava cédulas em cima de uma mesa, tentando reforçar aos expectadores que o amigo ali não era “liso”, como o dito outrora por outra pessoa, numa tentativa imatura de provar o contrário. Pelo menos foi isso que entendi a princípio e que depois apurei, como todo jornalista que se preze deve fazer.

O vídeo por si só é auto-explicativo, e nem precisa ser um gênio para entender que o dinheiro ostentado não era do vereador, muito menos para entender que o vídeo era uma mera brincadeira (de mau gosto) entre amigos. Mas pasmem, publicado com a legenda: “vereador ostentação” e a suposição de que o dinheiro era ilícito e do vereador, o vídeo ganhou repercussão imediata. Os ávidos pela propagação inverídica dos fatos, logo partilharam a ideia de que o que se falava na legenda, certamente era a verdade absoluta do fato. E lá vamos nós para mais uma rodada de discussões acaloradas… quem antes defendeu o vídeo do Prefeito, agora ataca o do parlamentar, e vice-versa. Paladinos da ética reforçando o coro da alienação coletiva.

O que vi nos dois vídeos foi exatamente a mesma situação, dois representantes públicos no seu direito inviolável de descontração particular, num momento pessoal, entre amigos, que tiveram a vida privada confundida com suas condutas públicas, expostas em redes sociais à mercê dos chacais da moralidade.

Assim como no caso do Prefeito Elias Costa, o do vereador França de Doutor foi fomentado por uma mídia sensacionalista que se alimenta do ódio, para ganhar minutos de fama ou acessos. E assim como o caso de Elias foi esquecido, daqui a mais uns dias, o caso do vereador França também será.

Como futura comunicadora social lamento que a ética no jornalismo brasileiro esteja em coma, como desabafou um colega esses dias. Mas também lamento que os interlocutores, ouvintes, expectadores… sejam co-autores desse processo. Parafraseando Milton Santos gostaria de lembrá-los que “a força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une”.

Tenho tido o prazer de conviver nessa plataforma de notícias (ManchetePB) com profissionais éticos e humanos, de conhecer e ter amigos comunicadores sérios, de compartilhar todos os dias na cadeira da faculdade, com doutores em comunicação e com estes jornalistas tenho tentado aprender a nunca “ser maior que a notícia”, aprender que a verdade dos fatos existe e que toda história tem outros lados.

Concluímos

Não é difícil entender o motivo pelo qual determinadas matérias geradas pela imprensa marrom ganham tanta repercussão e outras sérias e honestas nem são acessadas. O propósito alheio escuso de faturar, independentemente do resultado danoso gerado, é maior que o amor pela humanidade e a ética profissional. Tamanha desonestidade da imprensa marrom e do jornalista profissional distorce as informações segundo os interesses unilaterais. Esse tipo de mídia paga, sem identificar a instituição pagadora, sempre foi considerado uma atitude antiética e criminosa. Antes, o leitor ou espectador era avisado com clareza quando estava assimilando uma matéria paga. Hoje, a ação é tão comum que não há mais informação; o leitor ou espectador absorve a matéria paga como se fosse verdadeira e sem interesses comerciais. O resultado desse tipo de atitude é a desinformação e a geração de conteúdos que causam danos à sociedade, ao ambiente, ao Estado, aos representantes públicos, empresas e ao ser humano como um todo. A verdade só o tempo pode esclarecer, pois nada fica encoberto com o passar do tempo. Por isso, nos dias de hoje, o melhor é não acreditar no que os veículos estão publicando até que provem o contrário; independentemente do tamanho ou da fama desses veículos. Sobretudo, vale acrescentar que, os valores não são medidos pelo tamanho do veículo de comunicação. O que vemos hoje é que o maior tem mais sede de dinheiro e se vende com mais facilidade, e o menor tem mais ética e publica a verdade. Para a imprensa marrom o que importa é o quanto vão ganhar e nada mais. O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, publicado em Vitória, no dia 04 de agosto de 2007, pela Federação Nacional dos Jornalistas, ficou esquecida nestes últimos dias em que o interesse na “pandemia” injetou bilhões de dólares na imprensa marrom. No mesmo momento em que mais de 600 mil pessoas morreram no Brasil em função da falta de informação sobre as medicações notoriamente existentes e comuns. Algumas emissoras de TV, rádio, jornal e as mídias sociais faturaram bilhões para desinformar; no momento em que o povo morria por falta de informação.

Por Paulo Eduardo Dubiel – Olheinfo em 14/04/2022 | Com Pery Camilo – em 18 de agosto de 2017.

Paulo Eduardo Dubiel
Paulo Eduardo Dubiel
Paulo Eduardo Dubiel é publicitário, jornalista e gestor de negócios e marketing profissional; graduado em Gestão de Marketing, MBA Executivo em Gestão de Negócios, pós-graduado em Gestão da Inteligência Emocional, com extensão em Gestão Pública de ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, Gestão de Resíduos, Gestão Ambiental e Administração do Tempo e demais cursos. Consultor Master com 25 anos de experiência profissional nas áreas estratégicas, táticas e operacionais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *