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A Crise no Brasil

Foto montágem: Peds GM&C – Gestão de Marketing & Comunicação

Será que a crise realmente existe e a palavra está adequada à sua verdadeira interpretação, de forma que, a mudança de comportamento do consumidor é a base do resultado mercadológico?

 

Segundo definição do dicionário Aurélio, aplica-se ao cenário mercadológico atual do Brasil, a palavra crise como: manifestação súbita, inicial ou não, de doença física ou mental; manifestação repentina de ruptura do equilíbrio; fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos acontecimentos, das ideias; manifestação violenta de um sentimento; período de instabilidade financeira, política ou social. São essas as definições que traduzem bem o contexto mercadológico vivido pela sociedade civil e governamental.

Sem influência específica de qualquer lado, o comportamento das pessoas muda, o cenário se transforma, as decisões são diferentes e nada permanece estático; contudo, decisões erradas podem agravar um contexto passageiro e comum.

O Brasil vive um momento de transformação, quando não há aceitação consciente da diferença do estado econômico anterior para o atual; por isso tentam explicar e justificar o comum, o inexplicável – a crise. Período em que soluções são cobradas e decisões são tomadas e executadas de forma abrangente, porém superficial. São essas ações que trazem consequências muitas vezes irreversíveis para o Estado como um todo.

A palavra crise soa como um retrocesso na economia e crescimento do país. Afirmação coerente se o período de análise tiver como base apenas os últimos meses da economia. O Brasil cresceu no cenário industrial, produtivo e comercial nos últimos dez anos, como nunca; o Governo Federal motivou de forma tática o consumo e a estratégia de reduzir o IPI para difundir vantagem sobre a aquisição de bens de consumo duráveis.

Automóveis, caminhões, motos, televisores, máquinas de lavar roupas, geladeiras, fogões etc.; abarrotaram o mercado consumidor. A quantidade de bens de consumo comercializado, num curto período social, resultou em fatos positivos e negativos para o país.

O padrão de vida da população “melhorou” em função do consumo descomedido, patológico e impulsivo. O reflexo e o resultado disso permitiu ao governo arrecadar valores altíssimos em impostos, a indústria mais que triplicar sua produção, as vendas no varejo, juntamente com o lamentável endividamento da população.

Não se pode esperar resultados positivos, de forma duradoura, de uma ação inteligente e ao mesmo tempo ardilosa do governo; que previu a movimentação comercial com objetivo de arrecadar impostos. A mesma ação bem motivada poderia resultar em grande crescimento para o país e, mais que isso, melhorias sustentáveis na qualidade de vida da sociedade. Para isso, o objetivo deveria ter sido a própria qualidade de vida.

Motivar o consumo é diferente de motivar a produção com a redução da carga tributária, ampliação de programas sustentáveis e geradores de emprego, que também abasteceriam a sociedade de forma consciente e ordenada.

A ordem dos fatores altera o resultado, pois uma produção crescente e sustentável gera, inevitavelmente, o consumo; ao contrário, uma sociedade forçada ao comportamento consumista, entre outras empurra o crescimento da produção; que consequentemente chega ao limite do endividamento.

Os sinais do retrocesso econômico, em função do processo tático com base no consumismo, já estão no mercado há bastante tempo (cinco/dez anos). A sociedade, em função do alto índice de endividamento, começou a recorrer para tratamentos psicológicos, perdendo o poder de compra e permanecendo endividada.

Outra camada social está satisfeita com suas aquisições e naturalmente se acomodou. Ainda há os que acreditam na crise e param de investir. Todo esse contexto somado resulta na queda das vendas, que repercute na diminuição da produção; e assim sucessivamente  nas demissões em setores industriais isolados etc.

Para contribuir negativamente com o cenário atual, os escândalos incessantes de corrupção e a falta de verba do governo para investir, geram um peso elevado na economia e na tomada de decisão do consumidor.

O Governo do  Brasil está sem caixa para movimentar-se e as ações comumente adotadas, para abastecer os cofres públicos, têm suas bases na arrecadação de impostos; com a queda nas vendas, não há arrecadação.

O Brasil perdeu o poder de gerar recursos financeiros por meio do consumismo e por não investir nas empresas públicas, que vão sendo sucateadas, cada dia mais, pelos profissionais que ocupam os cargos mais altos para atender os políticos.

Avaliar as características sociais e econômicas do país, de forma isolada é sem dúvida um erro primário que não merece amparo. A mudança de comportamento do consumidor, como resultado das ações motivacionais para o consumismo inconsciente é, sem dúvida, a causa mais próxima do declínio comercial, em determinados setores, que o Brasil está passando.

Outro assunto é a falta de recursos financeiros proveniente da retração do mercado, que diminui a arrecadação de impostos e o patrimônio público furtado.

A crise não existe, o que existe é a manifestação súbita, inicial ou não, de doença mental causada pelo consumo desenfreado e o endividamento do cidadão; que também gerou a manifestação repentina de ruptura do equilíbrio comercial; que por sua vez comprometeu a evolução das coisas, dos acontecimentos e das ideias.

Esse cenário, somado aos escândalos de corrupção e às várias ocorrências de furto do patrimônio público, manifestou um violento sentimento de revolta; período de instabilidade financeira, política e social no Brasil e Governo do Brasil.

No entanto, todo esse contexto não impede o crescimento mercadológico, por isso não há crise generalizada, apenas uma manifestação da crise em determinados setores da economia – os que mais venderam nos últimos anos. As lojas do varejo podem até não estar vendendo como vendiam.

Há uma consciência nacional se propagando no mercado, em função dos sérios problemas causados pelo patológico consumismo desenfreado, vivido pelo cidadão.

A população está passando por um processo de cura/solução dos endividamentos e começando a conscientizar-se das vantagens de não gastar e não adquirir dívidas; um estado embrionário, no entanto existente. Os brasileiros aos poucos estão aprendendo a consumir e comportar-se de forma planejada. Muitas linhas de raciocínio inteligente contribuíram com esse processo de desaquecimento econômico, objetivando ajudar a sociedade e o cidadão a cuidar melhor das suas finanças.

O país está vivendo um processo de corrupção no governo e tentando resgatar um pouco daquilo que lhe foi furtado. Esse histórico de acontecimentos pode resultar na falência do Estado, pois o volume de dinheiro público furtado é alto e insustentável. A perda do dinheiro público gera consequências drásticas para a economia e sociedade, comprometendo os serviços básicos que são pilares de sustentação social – segurança, saúde, educação.

Falar de crise, tentando juntar todos esses problemas em um só contexto, é ignorância, perda de tempo e consequentemente um erro que interfere no crescimento das boas oportunidades. Muitos negócios estão crescendo e investindo em ações estratégicas ativas junto ao consumidor.

No mercado, há duas opções para o empresário, ele pode escolher esperar a crise passar ou investir naturalmente no crescimento do seu negócio. Certamente aquele que cruzar os braços e ficar esperando o cliente entrar na sua loja, pouco retorno financeiro terá. No entanto, aquele que acreditar no potencial do seu negócio e investir em ações estratégicas de gestão de marketing, de forma planejada, obterá sucesso!

As fábricas de bens de consumo duráveis – aqueles que podem ser utilizados várias vezes durante longos períodos, como: automóvel, TV, linha branca etc. –, juntamente com as fábricas que atendem esse mesmo segmento terão queda inevitável, pois os consumidores estão (de certa forma) abastecidos. Hoje as casas têm em média duas a três televisões, computadores e o mesmo número de carros na garagem. Já os bens de consumo não duráveis – sorvetes, chocolate, alimentos etc.; como também, os bens de consumo semiduráveis –  calçados, roupas etc.; poderão sofrer menos.

O comportamento do consumidor é a base do resultado  mercadológico, e a mudança desse comportamento é que deve ser interpretada pelas empresas como oportunidades e não ameaças; dessa forma haverá adequação às novas tendências e melhores resultados no relacionamento com o consumidor e consecutivamente nas vendas.

Existem diversos exemplos de empresas em crise e outras em pleno desenvolvimento, ambas inseridas no mesmo cenário mercadológico e vendendo para os mesmos clientes.

Exemplos de concessionárias: uma que tem um péssimo atendimento telefônico, presencial, a prestação de serviço de baixa qualidade, se mantendo apenas pelo potencial da marca e gerando, quase que em 80% dos casos, insatisfação para o cliente.

Outra concessionária que atende com excelência, fornece um serviço de alta qualidade e por meio do pós-venda resolve qualquer impasse e problema com o cliente, mais de 80% dos clientes ficam encantados. Qual você acha que terá crise?

Exemplos de empresas/lojas: uma loja está vazia, os vendedores conversando e esperando o cliente. A outra loja também está vazia, no entanto os vendedores estão ligando para os clientes e convidando os mesmos para conhecer a nova coleção, para participar de evento da loja; o gestor está criando um programa de benefícios para grupos de esportistas e adequando as necessidades do consumidor etc. Qual loja você acredita que estará em crise?

A crise não existe, o mercado está despreparado; sempre haverá novas oportunidades e nichos de mercado. Novos comportamentos e novas tendências aparecerão e o mercado sempre estará crescendo e necessitando de melhores relacionamentos e atendimentos.

A qualidade daquilo que se faz precisa ser superior à quantidade, pois a intensidade sem qualidade desgasta a relação. As definições que traduzem bem o contexto mercadológico vivido pela sociedade civil e governamental no Brasil é o amadurecimento do cidadão, a corrupção ativa e falta de habilidade comercial dos empresários para lidar com as mudanças de comportamento do consumidor.

Por Paulo Eduardo Dubiel
Executivo em Gestão de Marketing & Negócios, Esp. – www.peds.com.br

 

Revisão Adriana Dubiel

 

Peds GM&C – Gestão de Marketing & Comunicação

Paulo Eduardo Dubiel
Paulo Eduardo Dubiel
Paulo Eduardo Dubiel é publicitário, jornalista e gestor de negócios e marketing profissional; graduado em Gestão de Marketing, MBA Executivo em Gestão de Negócios, pós-graduado em Gestão da Inteligência Emocional, com extensão em Gestão Pública de ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, Gestão de Resíduos, Gestão Ambiental e Administração do Tempo e demais cursos. Consultor Master com 25 anos de experiência profissional nas áreas estratégicas, táticas e operacionais.

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