Criatividade no Negócio
Ter uma empresa próspera é diferente de ter bom negócio. A criatividade ajuda, a razão limita e a consciência é assertiva.
Empresa e negócio, consumidor, empresário e colaborador, são partes de um todo, que formam a relação comercial e o mercado; sua base são os “5Ps” do marketing – ponto, produto, preço, promoção, pessoas. As posições são diferentes, tal como as soluções geradas por personalidades criativa, trabalhadora e pensadora. O empresário que entende parte do cenário comercial no qual está inserido, certamente estará limitado a contribuir com apenas parte da solução. A visão distorcida do ambiente interno e externo, em função da miopia administrativa, com certeza impede o empresário de alcançar o melhor resultado extraído da sua razão. É fundamental que haja consciência sobre a necessidade de um profissional com visão de fora para dentro, que avalie a resposta que o negócio está refletindo no mercado; como também, tenha criatividade para inovar os processos com foco de dentro para fora. Ações motivadas pela analise do cenário mercadológico, tendo como base a razão do empresário limita o desenvolvimento e crescimento da empresa.
O princípio é entender que empresa e negócio, ganham vida com o consumidor, empresário e colaborador, tudo está inserido no mesmo cenário; são partes do todo, formam o mercado, geram resultados e atendem necessidades. O benefício da visão individualizada sobre as partes com foco no todo, é o entendimento da importância do feedback de cada parte para tratá-las de forma isolada; contemplando o todo com ações que atendam à necessidade do crescimento contínuo com qualidade. Não adianta ter criatividade sem entender a real necessidade de cada parte e do todo.
A necessidade das partes é distinta, o objetivo é único. A empresa, por exemplo, pode necessitar de melhorias e reparos nas instalações, para que o consumidor tenha vontade de visitar e prazer em permanecer num ambiente agradável, harmônico e confortável – cheiro, clima, som e decoração; como também, sistema tecnológico que ofereça agilidade no processo de informação, venda, troca etc. Contribui também com a empresa, a boa relação de público alvo e localização – ponto.
Já o negócio é bem mais complexo que a empresa, pois envolve a relação de consumo, o processo e o relacionamento entre consumidor, empresário e colaborador. Os fatores que dão sentido a essa relação são: produto, preço, promoção e pessoa. A base do sucesso é composta pela habilidade em manter a qualidade total do relacionamento entre as partes, atendendo as necessidades de consumo. A qualidade do resultado dependerá da criatividade empregada no processo de gestão e velocidade de implementação e execução da inovação. Há negócio de sucesso que independe de empresa e colaborador, no entanto sempre dependerá da qualidade empregada.
A criatividade consciente é fundamental na elaboração do plano tático, estratégico e operacional. Ao contrário do que muitos pensam, a razão limita a criação e inovação. Geralmente, o empresário racional não troca suas convicções por um processo inovador, ele prefere seguir sua experiência e contratar diretores, gerentes e demais colaboradores com as mesmas orientações. O resultado será, com o passar do tempo, uma empresa com comportamento obsoleto perante o mercado.
Personalidades criativas, trabalhadoras e pensadoras apresentam soluções distintas, por terem posicionamentos e visão diferentes. A qualidade da ação e execução é fator determinante no sucesso e continuidade da empresa e do negócio. O criativo busca inovação, produtividade; o trabalhador carga horária, produção; e o pensador a razão e os lucros. Contudo, é necessário que haja o ponto de equilíbrio entre as qualidades. Não adianta ter criatividade sem base no processo produtivo e conceitos racionais mercadológicos; como também, é pobre o valor do pensamento e conceito racional sobre o processo sem criatividade.
O empresário que entende parte do cenário comercial do qual está inserido, certamente estará limitado a contribuir com parte da solução e alcançará resultados reduzidos. Por exemplo: atender as necessidades do cliente e consumidor, com ações de dentro para fora é estratégico; no entanto, não contemplar os anseios do empresário e colaborador, no mesmo contexto, é um erro que determinará o fracasso dessas ações.
A visão distorcida do ambiente interno e externo, em função da miopia administrativa, certamente impedirá que o negócio alcance o melhor resultado. É necessário pesquisar e estar atento ao feedback do empresário, colaborador e consumidor, porém isso não basta para adequar ações táticas, estratégicas e operacionais às necessidades vigentes; deve haver respostas rápidas com criatividade e inovação.
O fundamental é ter criatividade consciente para planejar ações inovadoras que proporcionem lucratividade contínua do negócio, como também ações de sustentação para manter o cliente encantado com a empresa. A visão profissional de fora para dentro (do gestor externo) é privilegiada para avaliar relacionamentos, diagnosticar necessidades, propor inovação e adequação no processo de gestão, com foco nos pontos de contado do consumidor com o colaborador e a empresa. Ter consciência da necessidade de execução desse processo, evita os riscos que a falta de criatividade proporciona.
É fundamental que haja consciência sobre a necessidade de avaliar a empresa e o negócio de fora para dentro. Quem está de fora enxerga as falhas com mais clareza. O profissional especialista em avaliação identifica qual o conceito que o consumidor tem em relação à empresa, como está percebendo o negócio; depois tem capacidade para diagnosticar e sugerir soluções de marketing. Mais importante que isso, é não levar as coisas para o lado pessoal. Geralmente os erros mais comuns partem dos empresários, diretores e gerentes; os colaboradores são apenas executores e o reflexo dos conhecimentos daqueles.
Ter criatividade para inovar os processos com visão de dentro para fora é indispensável, porém o profissional estratégico inserido no ambiente interno da empresa fica limitado e condicionado ao processo existente e clima organizacional. O gestor externo é extremamente importante na geração de soluções. Problemas acontecem na proporção do crescimento do negócio, alcançar resultados positivos e soluções é o desafio do profissional.
Analisar os pormenores do cenário mercadológico como um todo – ambiente interno e externo –, com base apenas na razão do empresário ou do diretor e gerente, é o mesmo que limitar o desenvolvimento e crescimento da empresa entregando à própria sorte. A criatividade é qualidade fundamental na solução dos problemas, entre eles a melhoria dos resultados – potencial produtivo, relacionamento com cliente, clima organizacional, vendas, exploração dos canais de vendas etc.
É complexo e assertivo afirmar que, com criatividade se resolve diversos problemas. No entanto, é óbvio que o profissional para solucionar problemas de gestão organizacional deve ter criatividade, forte habilidade nas matérias em questão, saber adquirir as informações certas e conhecer profundamente o cliente/consumidor, colaborador e empresário. O criativo pode ser o profissional que planeja; porém, nem sempre tal profissional é criativo.
Ter empresa próspera é diferente de ter bom negócio, muitas empresas imponentes oferecem um péssimo negócio para o mercado, com isso não permanecem. A criatividade ajuda e a razão limita, desse modo, tenha a consciência assertiva, aceite que a idade e experiência fortificam a razão e limitam a visão sobre inovação e nichos de mercado. Não invista tempo pensando nas ações táticas e estratégicas com as informações que já tem, contrate um profissional externo com criatividade, para avaliar seu negócio; você estará fazendo um grande investimento na sua empresa.
Por Paulo Eduardo Dubiel
Executivo em Gestão de Marketing e Negócios, Esp. – www.peds.com.br
Revisão Adriana Dubiel