Solar do Jambeiro completa 23 anos da reabertura
Solar do Jambeiro completa 23 anos da reabertura
No dia 22 de novembro de 2001, o icônico Solar do Jambeiro, após um cuidadoso processo de restauração, voltou a brilhar como um dos maiores símbolos da história e da cultura de Niterói.
Preservando sua rica arquitetura do século XIX, o espaço é um exemplo vivo de elegância e tradição, que agora funciona como um centro cultural repleto de vida e atividades. O Solar do Jambeiro encanta com sua estrutura repleta de detalhes.
O casarão, revestido com azulejos portugueses autênticos, possui telhas longas com beirais característicos, além de vidraças azuis e brancas importadas diretamente do Porto. A grandiosa construção oferece 14 quartos, cinco salões e uma cozinha, sendo um dos maiores exemplos da arquitetura residencial burguesa de sua época.
O imóvel também conta com forros de estuque decorados, esquadrias com bandeiras de vidro colorido e uma escada de madeira que conduz os visitantes a um mergulho na história. O trabalho de restauração incluiu a recuperação de portas, janelas e detalhes ornamentais, além da implantação de rampas para garantir acessibilidade universal.
O antigo Palacete Bartholdy, hoje conhecido como Solar do Jambeiro, foi construído em 1872 pelo comerciante português Bento Joaquim Alves Pereira. Durante sua longa trajetória, o casarão desempenhou diferentes papéis, desde residência de notáveis figuras até sede de instituições culturais. Originalmente e por breve período, serviu como residência de seu construtor, sendo depois alugado ao médico Júlio Magalhães Calvet.
De maio de 1887 a março de 1888, foi ocupado pelo pintor Antônio Parreiras que, em seguida, construiria sua residência própria, nas proximidades do solar. Em 1892, Bento Joaquim vendeu a propriedade ao diplomata dinamarquês Georg Christian Bartholdy, que exerceu a função de consul do Brasil em Copenhagem entre os anos de 1912 e 1918. Em 1950, Vera Fabiana Bartholdy Gad, filha do diplomata, adquiriu a parte pertencente a seus irmãos.
Em 1974, a propriedade foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), graças a parecer técnico do eminente arquiteto Augusto Carlos Silva Telles. Após o falecimento da Sra. Vera Gad, em 1975, seu único filho, Egon Falkenberg e sua esposa Lúcia, herdaram o palacete. Foi Lúcia Piza Figueira de Mello Falkenberg quem primeiro deu utilização cultural ao então Solar Bartholdy, nele promovendo saraus literários e musicais, assim como exposições entre meados da década de 1970 e 1988.
Neste último ano, foram leiloados todos os móveis, quadros e demais objetos de decoração. Durante as décadas de 1980 e 1990, o solar esteve fechado, sendo eventualmente arrendado para atividades inadequadas, o que acelerou sua descaracterização e deterioração. Em 12 de agosto de 1997, o Solar do Jambeiro foi desapropriado pela Prefeitura Municipal de Niterói com o intuito de resguardar a sua integridade física e restaurar os aspectos arquitetônicos originais motivadores de seu tombamento.
Em 22 de novembro de 2001, o Solar do Jambeiro foi aberto ao público após minucioso e exemplar processo de restauração realizado por uma equipe multidisciplinar coordenada pelo restaurador Cláudio Valério Teixeira e supervisionada pela arquiteta Maria Regina Pontin de Mattos.
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