Inflação de serviços pode atrapalhar vida do Banco Central
A pressão inflacionária sobre os serviços pode ajudar a retardar o fim do ciclo de alta da Selic.
Depois de meses de surpresas negativas, a prévia da inflação oficial (IPCA-15) trouxe certo alívio para agentes financeiros nesta terça-feira (26), que não viam um número relevante de desaceleração há bastante tempo.
Na comparação mensal, o IPCA-15 avançou 0,13% em julho, abaixo do esperado pelo mercado. Embora o índice tenha vindo melhor, analistas mostraram preocupação ao olhar os dados mais a fundo.
Um dos pontos de atenção está na inflação dos serviços, que acelerou 0,84% na comparação mensal. O percentual veio acima do previsto pelo mercado.
Para a CM Capital, a preocupação é porque os serviços deveriam ser mais responsivos à política de aperto monetário do Banco Central.
Na visão de especialistas ouvidos pelo InfoMoney, a pressão inflacionária sobre os serviços pode ajudar a retardar o fim do ciclo de alta da Selic. Ou seja, fazer com que as chances de que haja um ajuste para além de agosto fiquem maiores, como algumas casas já vinham precificando.
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De olho em números de inflação que ainda causam apreensão entre economistas, investidores devem ficar atentos ao retorno oferecido por algumas aplicações como a do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Na semana passada, a Caixa Econômica Federal anunciou que o retorno oferecido pelo FGTS em 2021 deve ficar em 5,83%. No mesmo período, a inflação no Brasil avançou 10,06%.
Ou seja, ao deixar o dinheiro no fundo, o investidor perdeu poder de compra, que foi corroído pelo avanço da alta de preços.
Ganhos abaixo da inflação não eram vistos desde 2016, quando o FGTS passou por mudanças na remuneração dos cotistas.
Diante da possibilidade de retornos mais minguados, confira nesta matéria como aproveitar o saque-aniversário do FGTS e quais investimentos valem mais a pena:
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Por Olheinfo, com Bruna Furlani, repórter de Investimentos do InfoMoney.