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Carta do Professor para o Presidente da República

Carta do Professor para o Presidente da República
  • Publishedmarço 13, 2025

Carta do professor para o presidente da República Luiz Inácio, do professor Davi Viuge para um Metalúrgico.

Brasil, Niterói-RJ, 13 de março de 2025.

Carta de um Professor para um Metalúrgico

Senhor presidente me chamo Davi e sou um dos muitos dos seus eleitores que torceram para que o senhor retornasse ao exercício do poder para realizá-lo de maneira piedosa e acima de tudo pensando na nação, não somente em parte dela.

Assim como o senhor sou trabalhador, tenho mulher e um filho, toda vez que penso neste País penso nele, principalmente por ele ser especial e precisar de políticas concretas de inclusão na sociedade que tem se tornado cada vez mais fria naquilo que se diz de respeito ao próximo.

Nesse sentido, luto ao lado do senhor para levar a nação a outro patamar de desenvolvimento. Luto ministrando, em conjunto com outros colegas professores, o saber para que meus estudantes – a maioria moradores do Morro do Turano, no Rio Comprido, na cidade do Rio de Janeiro – adquiram conhecimento e se formem cidadãos num País que o senhor sonha e eu sonho.

No decorrer dos últimos anos a minha categoria entrou em greve por uma questão relativa ao descumprimento do piso do magistério no Estado do Rio de Janeiro. Não aderi, pois, não posso correr o risco de ter o ponto cortado, a despeito de garantias que envolvem imbróglios judiciais. As nossas demandas são justas presidente. Trabalhamos tanto quanto juízes ou médicos, ou qualquer outra profissão com nível superior. Muitos de nós somos mestres e doutores. Falo por mim, sou mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor pela Universidade Federal Fluminense. Menciono isto não para me engrandecer, mas sim para ilustrar o quanto investimos em nós para investirmos em nossos estudantes.

Muitos colegas dizem que são casados com a educação, não vou mentir, não sou casado com a educação, tenho família, e por isso fiz concurso diversas vezes para sair da condição de professor do Estado do Rio de Janeiro. Fiz isso para continuar na minha profissão e ter um salário melhor, quem sabe em uma universidade federal, estadual ou mesmo no Colégio Pedro II.

Isto me leva ao motivo pelo qual escrevi ao senhor, apesar de não ser um professor federal acredito, e creio que eles acreditem também, que o meu trabalho e remuneração merecem a mesma equiparação salarial  que as dos meus colegas. Muitos de nós que não passamos em um concurso federal nos esforçamos tanto quanto os nossos colegas com poucos recursos que temos.

Muito se alardeia que se tem investido em educação. Contudo, só vemos isto em cursos intermináveis, nos quais a exequibilidade em sala de aula pouco se aplica, ou equipamentos caríssimos que muitas vezes não temos uma logística adequada para recebê-los. Com o devido respeito e reconhecendo a importância desses equipamentos isso não reflete nos tratamentos que nossos filhos precisam e seria muito bom que esse dinheiro chegasse até a nós na forma de salário para honrar os nossos compromissos com os médicos que eles necessitam.

Por isso, senhor presidente peço-lhe humildemente, mesmo sabendo de todas as suas demandas – passando desde a escala nacional como o problema amazônico até a mundial na qual o senhor representa um homem de paz junto a contenciosos internacionais preocupantes que a humanidade presencia – que por favor intervenha junto ao governador do Rio de Janeiro, o senhor Claudio Castro, para que ele nos pague o piso nacional obedecendo o nosso plano de carreira.

Eu agradeço ao senhor e quero que acredite que não é apenas uma questão monetária, mas sim de dignidade e que em algum momento de sua trajetória deve ter tido algum mestre que contribuiu para que fosse o presidente que mais fez pela minha geração.

Eu, Davi Viuge Iff de Mattos
E-mail: [email protected]

 

 

 

Written By
Redação Olheinfo

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