A seca no Amazonas Descobre Navio do Século 19
A seca no Amazonas Descobre Navio do Século 19.
No interior do estado do Amazonas está o município de Manicoré, às margens do rio Madeira. Conhecida como grande produtora de banana e melancia, a cidade ganhou os holofotes nos últimos dias por outro motivo: um naufrágio de dois séculos atrás.
Isso porque um navio do século 19 emergiu do rio que banha Manicoré, localizada a cerca de 331 km de Manaus. Devido à seca histórica que atinge o estado, no último dia 16 o nível da água do rio Madeira chegou a impressionantes 10,53 metros, conforme informou a Defesa Civil do Estado.
Foi assim que, o que até então era visto como algumas pedras debaixo d’água, ganhou outra forma: a de um navio. No final de setembro, quando os 62 municípios amazonenses decretaram emergência devido à falta de chuva e o avanço das queimadas, partes do navio já eram vistas, ainda acanhadas e sem forma.
“Nas secas do Madeira já chegou a aparecer a ponta dele, era até usado como referencial, mas era muito raro acontecer. Esse ano foi a primeira vez que ele apareceu mesmo”, relatou Claudiomar Araújo, chefe de máquinas de uma empresa de balsas que atua na região.
Desta vez, muito mais nítida devido à seca histórica no rio Madeira, a embarcação foi encontrada por moradores e marinheiros encalhada na passagem de Pedral do Marmelo. Conforme as características dos destroços que emergiram do rio Madeira, é possível afirmar que a embarcação é uma construção norte-americana conhecida como “chata”, feita para navegação em leitos rasos ou para evitar pedras e troncos submersos.
Vale ressaltar
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental sem precedentes em 2024, com uma seca que chegou antecipada e já impacta mais de 330 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil. A escassez de água está isolando cidades e comunidades e prejudicando a economia local.
Fatores como aquecimento do oceano e expansão do desmatamento também contribuíram para estiagem dura e prolongada. Pesquisadores alertam para risco de substituição da floresta tropical por vegetação de tipo de savana caso tendência de aquecimento e estiagem se mantenha nas próximas décadas.
O fenômeno tem forte influência das mudanças climáticas, que também foram as principais responsáveis pela seca histórica no Amazonas no ano passado, como aponta um estudo realizado pela feito pelo World Weather Attribution (WWA).
Um estudo realizado pelo World Weather Attribution, ONG que estuda como as mudanças climáticas influenciam a intensidade dos fenômenos climáticos extremos, apontou o aquecimento global como a principal causa da estiagem recorde registrada na Amazônia no segundo semestre do ano passado.
Entretanto, as consequências da seca vão além, e interferem também na ocorrência de incêndios, conforme tem se visto em regiões como o Pantanal. Isso é grave, pois o fogo libera partículas que, em situações normais, seriam “engolidas” pela própria atmosfera da floresta, favorecendo a formação de chuva.
Entre as medidas para amenizar a escassez hídrica e impactos da seca podemos citar a utilização de cisternas, açudes e barragens como formas de armazenar água da chuva, assim como distribuição de água através de carros-pipa e investimentos nas comunidades rurais para o desenvolvimento sustentável utilizando tecnologias
Você sabia?
A estiagem que mais matou na história foi no Nordeste, de 1877 a 1879. Calcula-se que meio milhão de pessoas morreram de fome, sede e de doenças. Em partes do Cerrado, como o Norte de Minas, essa é a pior seca em 700 anos.
Qual a solução para a seca?
Plantar mais árvores melhorará a qualidade do ambiente e aumentará o sucesso da precipitação. Também pode reverter a seca e as condições áridas de uma área se as árvores forem bem mantidas até a maturidade. Com o plantio de mais árvores, a outra solução é evitar as existentes, a menos que sejam plantadas mais.
Foto divulgação, Alciney Lima, nautica.com.br. Baixo nível da água revelou os destroços da embarcação, que pode ter origem norte-americana.
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