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 Educação Brasileira Abaixo da Meta no Ideb e o Futuro 

 Educação Brasileira Abaixo da Meta no Ideb e o Futuro 
  • Publishedagosto 20, 2024

Educação brasileira abaixo da meta no Ideb e o futuro. Desempenho abaixo da meta no Ideb alerta para desafios no futuro da educação brasileira, aponta o especialista William José Ferreira, consultor educacional.

 

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, nesta quarta-feira (14/8), os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ( ldeb ) 2023, indicador essencial para medir a qualidade da educação do Brasil. De acordo com o ldeb, o País alcançou 6 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), atingindo a meta nacional estabelecida para o primeiro ciclo do indicador (2007-2021). Nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), o Brasil alcançou 5 pontos e o ensino médio registrou 4,3 pontos, ficando abaixo das metas do indicador para o País nessas etapas, que era de 5,5 e 5,2, respectivamente.

 

Confira os resultados do Ideb ao longo do tempo (2007 – 2023):

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Fonte: Agência Gov | Via MEC

Quando se comparam os resultados de proficiência padronizada do Ideb (matemática e leitura), entre 2021 e 2023, 96% dos estados (26) melhoraram o desempenho nos anos iniciais; 59% (16 estados) nos anos finais; e 65% (17 estados) no ensino médio.

“Esse é o mais importante indicador educacional da educação básica no nosso País, já que ele mede os resultados e a efetividade das nossas políticas públicas nesta etapa de ensino”, disse o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana. “Assim, ele funciona como um norte para as tomadas de decisões na educação básica, determinando o que deve ser melhorado no ensino e garantindo que a construção dos programas e das iniciativas seja feita de forma a assegurar o atendimento das necessidades da população” , explicou.

 

Ações de enfrentamento

Apesar de alguns estados terem se destacado em duas das três etapas avaliadas, o Brasil só superou a meta nos anos iniciais do ensino fundamental, o que reforça a importância de o MEC seguir atuando junto aos entes federados para a superação das desigualdades educacionais. A fim de garantir que os estudantes aprendam mais, o Ministério vem apoiando a criação de 3,2 milhões de novas vagas em tempo integral em todas as etapas de ensino, com investimento de R$ 12 bilhões até 2026. Uma escola mais atrativa, com mais tempo e segurança em todo o Brasil, é o foco do Programa Escola em Tempo Integral.

Para enfrentar os desafios d o ensino médio, o MEC investe em programas como o Pé-de-Meia, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes no ensino médio. A previsão é atender quase 4 milhões de aluno s em 2024, com uma poupança de até R$ 9,2 mil ao longo de sua trajetória n essa etapa de ensino.

O governo federal, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), também está implantando 100 novos campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em todo o Brasil. O investimento é de R$ 2,5 bilhões. São R$ 25 milhões para cada unidade, sendo R$ 15 milhões para infraestrutura e R$ 10 milhões para compra de equipamentos e mobiliário. Serão 1,4 mil novas matrículas por instituto, totalizando 140 mil novas vagas para nossos jovens , e garantindo a expansão da educação profissional e tecnológica (EPT) integrada ao ensino médio.

Os dados , divulgados nesta quarta-feira , mostram que essa modalidade de ensino apresent ou melhores índices em r e l aç ã o ao ensino médio regular , na última medição .

 “ Houve um esforço dos estados brasileiros para ampliar sua rede de ensino médio técnico integrado , como uma estratégia estabelecida pelo governo. E o que o Ideb apresenta para nós é uma melhora efetiva nos indicadores educacionais para os estados que apostaram nessa modalidade”, apontou Santana.

Pensando na etapa anterior, o Programa de Fortalecimento para os Anos Finais do Ensino Fundamental, o Escola das Adolescências, conjuga esforços para reduzir desigualdades educacionais e dialogar com interesses, contextos e demandas dos adolescentes , recompondo aprendizagens e atuando para diminuir a evasão e o abandono escolar.

Já a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola ( Pneerq ) tem como objetivo implementar ações voltad a s à superação das desigualdades étnico-raciais e do racismo nos ambientes de ensino, bem como à promoção da política educacional para a população quilombola. São previstos, até 2027, R$ 2 bilhões de investimento e 200 mil professores e gestores formados.

Na visão do diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Moreno, essas políticas educacionais enfocam a maior necessidade do País: a su peração de desigualdades .

“ A s proporções educacionais não são uniformes entre os estados e territórios no Brasil. O que os dados do Ideb nos mostram é que há uma grande variação entre as regiões no acesso à escola e no avanço da educação e que essas desigualdades tendem a aumentar ainda mais com o passar dos anos na escola, com o ensino médio sendo o principal ponto de atenção”, declarou.

 

Comparativo

Os resultados do Ideb foram impactados pela pandemia de coronavírus, uma vez que sua metodologia compreende medidas do aprendizado e da trajetória regular dos alunos entre as etapas de ensino. O cálculo do indicador de 2021 seguiu a mesma metodologia proposta em 2007, utilizada de forma inalterada ao longo dos anos, com o objetivo de manter a comparabilidade do indicador.

Entretanto, a pandemia foi um fator imprescindível às interpretações, já que teve grande impacto nas atividades escolares. Um exemplo é o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021, quando comparadas a o período pré -pandemia (2019), provavelmente relacionado a ajustes nos critérios de aprovação e a adoção do continuum curricular. Embora essa elevação promova um incremento no Ideb, a própria formulação do indicador já considera que esse aumento , não associado a uma elevação da proficiência média nas avaliações , pode não assegurar uma efetiva melhora no desempenho do sistema educacional.

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Fonte: Agência Gov | Via MEC

 

Metas e projeções

O Ideb é composto por dados referentes à aprovação dos estudantes (fluxo escolar) e às médias de desempenho nas avaliações. É calculado a partir do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Varia de 0 a 10, de modo que quanto melhor o desempenho dos alunos e mais alto o número de aprovados, maior é o Ideb.

O i ndicador foi criado em 2007, mesmo momento em que se estabeleceu o “ Compromisso Todos pela Educação” (Decreto nº 6.094/2007), com metas a serem atingidas por cada estado brasileiro , pel o Distrito Federal e pel os municípios, bem como resultados projetados para cada unidade escolar. O primeiro ciclo do Ideb se encerrou em 2021. Em janeiro de 2024, o Inep instituiu um Grupo Técnico , o GT Novo Ideb, com o objetivo de elaborar um estudo técnico para subsidiar o MEC na atualização do Índice e de novas metas.

“A ideia é que o Ideb continue sendo o indicador que nos guia na apreciação do desenvolvimento da educação, mas talvez alguns ajustes sejam necessários, sempre com a preocupação de que não se perca a possibilidade de comparação ao longo do tempo. Estamos encerrando o ciclo do compromisso pelo desenvolvimento da educação, de 2007 , quando se p rojetaram metas de desenvolvimento da educação até 2021 . Como o PNE [Plano Nacional de Educação] tem vigência até 2024, podemos considerar que essas metas continuaram até aqui ”, explicou o presidente do Inep, Manuel Palacios.

“O Ideb é o mais importante indicador educacional da educação básica no nosso País, já que ele mede os resultados e a efetividade das nossas políticas públicas”, disse Camilo Santana

Educação brasileira abaixo da meta no Ideb e o futuro

Especialista aponta que a defasagem no ensino médio pode comprometer a qualidade do ensino superior, exigindo ações urgentes para reverter o quadro

Ipatinga, 20 de agosto de 2024 – Os resultados recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 revelam um cenário preocupante para o ensino no Brasil. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a meta nacional foi atingida, mas, nos anos finais, o país obteve 5 pontos, ficando 0,5 abaixo da meta estabelecida. Também aquém do esperado, o ensino médio apresentou um desempenho de 4,3 pontos.

No geral, apenas três redes estaduais – Goiás, Pernambuco e Piauí – conseguiram alcançar as metas estipuladas, evidenciando as dificuldades que muitos estados enfrentam para melhorar a qualidade do ensino, o que impacta diretamente o ensino superior. Em Minas Gerais, onde está sediada a Faculdade Única, o Ideb nos anos finais do ensino fundamental caiu de 5,0 em 2021 para 4,6 em 2023. Nos anos iniciais, houve um leve aumento – de 6,0 para 6,2 – e, no ensino médio, o índice permaneceu estável em 4,0.

Embora tenha havido avanços em relação a 2021, com 96% dos estados registrando melhorias nos índices dos anos iniciais, 59% nos anos finais e 65% no ensino médio, a análise dos dados permanece complexa devido aos desafios impostos pela pandemia. A adoção do ensino remoto e a implementação da aprovação automática para conter a evasão escolar contribuíram para lacunas educacionais que agora se refletem nos índices do Ideb, tornando a interpretação desses resultados ainda mais desafiadora.

William José Ferreira, consultor educacional da Faculdade Única, expressa preocupação com as implicações dos resultados recentes do Ideb, especialmente no que se refere ao impacto no ensino superior. Ele alerta que os estudantes que chegam à universidade com deficiências significativas de aprendizagem trazem consigo uma série de desafios que vão muito além das dificuldades acadêmicas tradicionais.

“Quando os alunos chegam ao ensino superior com deficiências significativas de aprendizagem, o impacto é profundo e multifacetado”, observa.

Acumuladas ao longo dos anos de formação básica, essas deficiências de conhecimento não só dificultam a compreensão de conteúdos mais complexos, mas também comprometem o desenvolvimento de habilidades críticas – a exemplo do pensamento analítico, da capacidade de resolver problemas e da comunicação eficaz. Ferreira ressalta que isso pode potencializar o ciclo de dificuldades, com os estudantes enfrentando barreiras para acompanhar o ritmo das aulas. Esse fenômeno pode resultar em altas taxas de evasão, já que alunos que lutam para acompanhar o conteúdo tendem a abandonar seus cursos.

Em última instância, a situação compromete a formação de profissionais menos preparados para enfrentar os desafios do mundo moderno, o que afeta a qualidade da mão-de-obra e a capacidade de inovação em diversos setores. Neste sentido, é crucial uma reflexão profunda e ações conjuntas entre instituições de ensino, educadores e a sociedade para enfrentar esses desafios que, na visão do especialista, têm caminhos viáveis para serem superados.

“O desafio é grande, mas não é insuperável. A mobilização de recursos, a implementação de políticas educacionais eficazes e o envolvimento da sociedade são fundamentais para reverter esse quadro. A educação é a base para o desenvolvimento de um país e a garantia de um futuro melhor para todos. Portanto, é hora de agir e garantir que todos os alunos possam alcançar seu máximo potencial, independentemente da etapa da escolarização em que se encontram”, conclui.

Sobre a Faculdade Única: A Faculdade Única é uma instituição de ensino superior comprometida com a excelência acadêmica, ética e responsabilidade social, com o propósito de transformar vidas por meio da educação. Com uma equipe de colaboradores e professores altamente qualificados, a instituição proporciona uma experiência educacional transformadora, colocando o aluno como protagonista de sua jornada. Mantida pelo Grupo Educacional Prominas, referência no cenário educacional, a Faculdade Única tem 27 anos de história. Oferecendo uma ampla gama de cursos de graduação e pós-graduação nos formatos presencial e a distância (EaD), são mais de 600 mil alunos formados pela instituição.

Por Olheinfo, com assessoria de imprensa da Faculdade Única e Agência Gov | Via MEC

Foto Agência Gov | Via MEC

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Redação Olheinfo

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