Um novo olhar sobre o turismo do estado do Rio

Um novo olhar sobre o turismo do estado do Rio
O turismo é um dos setores mais importantes da economia do estado do Rio de Janeiro. Com uma geografia privilegiada, belas praias, regiões serranas de clima ameno, patrimônio histórico e uma rica agenda cultural, o estado tem potencial para ser um dos maiores polos turísticos do Brasil e da América Latina.
As vantagens são muitas. Ao contrário do petróleo, que hoje é a nossa principal fonte de renda, o turismo não vai acabar; ele é limpo e sustentável. Também não há concorrência: quem quiser conhecer o Cristo Redentor, na Cidade Maravilhosa, ou se encantar com a maior lagoa de água hipersalina do mundo, em Iguaba Grande, não poderá fazer isso em outro lugar. É atrativo com selo “made in Rio”.
Como você já percebeu, precisamos ir muito além da capital, que já é conhecida internacionalmente como a porta de entrada do turismo no Brasil. Falamos sobre a necessidade de desenvolver uma política integrada que envolva os 92 municípios fluminenses.
Apesar dos esforços recentes promovidos pelo Governo do Estado e por algumas prefeituras, ainda temos muito o que caminhar para desenvolver uma política pública clara e estruturada que una os esforços das diferentes esferas – aí incluída a iniciativa privada. Cada município desenvolve suas próprias estratégias, muitas vezes sem alinhamento com o governo estadual. A falta de uma gestão integrada impede a criação de rotas turísticas bem estruturadas, dificulta o desenvolvimento de programas de capacitação para profissionais do setor e fragiliza a captação de investimentos.
Num estado onde as distâncias entre as cidades são pequenas, o trabalho integrado possibilita que o turista prolongue sua estada. Pousando no Rio de Janeiro, ele pode subir a serra num dia; noutro, conhecer a Região dos Lagos e se hospedar numa de suas cidades de praias com águas transparentes. Dali, pode seguir para a Costa Doce ou para o Vale do Café, onde o turismo histórico e ecológico reinam absolutos.
Para que a estratégia funcione, é necessário criar esses roteiros e divulgá-los. Igualmente importante é qualificar agentes do setor de turismo – agências, guias, hotéis, restaurantes, transporte – para que o visitante tenha a melhor experiência possível. Porque a melhor propaganda que existe é a boca a boca: quem visita e gosta, recomenda.
Outro passo necessário é estabelecer um roteiro anual de eventos – não apenas aproveitando o movimento dos feriadões, mas também criando oportunidades. Rio das Ostras criou o maior festival de jazz e blues do Brasil. A Região Serrana promove com sucesso o Festival de Inverno. Há festas regionais para celebrar o tomate, a uva, os doces e uma infinidade de produtos. Com um calendário bem definido e integrado, o visitante pode se programar com antecedência e tranquilidade.
Neste sentido, vale um olhar atento sobre o trabalho realizado em Minas Gerais, que tem se destacado na gestão do turismo ao longo dos últimos anos. O estado mineiro investe fortemente na valorização de seus atrativos culturais, históricos e naturais, promovendo uma política coordenada entre o governo estadual e as prefeituras.Uma das iniciativas de sucesso em Minas é o programa Turismo de Minas, que visa a integrar os municípios em roteiros temáticos, como a Estrada Real e o Circuito do Ouro. O estado também aposta na capacitação de profissionais do setor e na melhoria da infraestrutura, garantindo aos turistas experiências de qualidade.
O Rio de Janeiro possui um potencial turístico inquestionável. É um estado maravilhoso, lindo por natureza. Cheio de belezas, que podem se transformar em riqueza – muita riqueza. O turismo atualmente contribui com aproximadamente 5% do PIB estadual. No Brasil, representa 7,8% do PIB. No mundo, responde por 9,2% da geração de riquezas – algo em torno de 9,5 trilhões de reais por ano.
Portanto, há potencial de sobra para crescer e gerar mais empregos e receitas. O Rio de Janeiro – capital e interior – continua lindo. Quem conhece, sabe. Quem não conhece, precisa conhecer. Com certeza, vale a pena.