SES-RJ reúne profissionais para atualizar atendimento

SES-RJ reúne profissionais para atualizar atendimento
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) promoveu na segunda-feira (17/03) um encontro com profissionais das unidades estaduais para atualizar os procedimentos de atendimento de pacientes com bronquiolite.
A palestra no auditório da SES-RJ ressaltou a importância da realização do diagnóstico da doença e a observação dos aspectos clínicos do paciente por parte dos responsáveis pelo acompanhamento. De janeiro até o momento, já foram registrados 535 atendimentos da doença em UPAs do estado.
“Esse encontro é um momento importante para alinharmos a prática e a teoria visando o atendimento nas unidades do estado. Os participantes saem daqui como multiplicadores de informações para as equipes que estão na ponta, tratando de uma doença tão impactante, principalmente, na infância”, afirmou Leandro Trancoso, superintendente de Unidades Próprias e Pré-Hospitalares da SES-RJ.
O coordenador da Pediatria do Hospital Estadual Doutor Ricardo Cruz (Hercruz), médico intensivista pediatra Bruno Bohme, destacou alguns pontos que dificultam o tratamento da bronquiolite. Segundo Bohme, 2% do total de casos da doença são os mais graves e justamente os que mais impactam na demanda de atendimento das unidades de atendimento. Ele afirma que, em muitas situações, a bronquiolite é tratada como se fosse asma, por exemplo.
O especialista ressalta que a bronquiolite precisa de mais tempo de tratamento, em geral de 10 a 15 dias. “Um bebê que responde bem à medicação em poucas horas pode não estar com bronquiolite. Não podemos perder tempo ao diagnosticar”, afirma.
A bronquiolite se caracteriza por ser uma infecção viral que afeta as vias aéreas (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos), principalmente em crianças com menos de dois anos de idade. Ela resulta em desconforto respiratório devido à inflamação dos bronquíolos, responsáveis por levar ar aos pulmões.
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que provoca pneumonia, bronquiolite e traqueobronquite, é o que mais leva a internação de crianças por síndrome gripal, além da influenza, parainfluenza e adenovírus. Em sua palestra, o médico elencou ao público presente, composto por profissionais da saúde, os fatores de risco da doença que precisam ser observados: crianças prematuras, baixo peso no nascimento, menos de três meses de vida, doença pulmonar crônica, defeito anatômico das vias aéreas, cardiopatia congênita, imunodeficiência e doença neurológica.
O médico destacou ainda que os profissionais que vierem a fazer o atendimento precisam se atentar à avaliação da respiração do paciente. Segundo ele, o desconforto respiratório corre o risco de evoluir para insuficiência e chegar à falência respiratória. “Quem vê cara, não vê bronquiolite. O aspecto da respiração ofegante deve ser observado com muita atenção na avaliação clínica. A base do tratamento é o suporte respiratório, conforme a gravidade do paciente”, conclui o médico.