Ataques russos a cabos submarinos ameaçam internet

Ataques russos a cabos submarinos ameaçam internet
Empresas de telecomunicações notificaram autoridades do Reino Unido, União Européia e da OTAN sobre aumento de ataques supostamente de origem russa a cabos submarinos no Mar Báltico e Mar do Norte.
Casos como estes acontecem desde outubro de 2023 e põem em risco serviços de comunicação e energia.
Dados indicam que pelo menos 11 cabos foram danificados no Mar Báltico, além de interrupções similares relatadas no Mar do Norte.
O cenário tem fomentado temores de que agentes hostis, inclusive por meio de operações russas – com mais de 50 navios avistados em áreas críticas – possam ampliar os danos à rede global.
O Reino Unido está monitorando o navio espião russo Yantar com preocupações de que este esteja mapeando a infraestrutura subaquática.
O aumento de falhas em cabos de fibra óptica submarinos, responsáveis por transportar aproximadamente 95% dos dados internacionais, acendeu alertas devido a dificuldade e o alto custo para monitorar as estruturas localizadas em áreas remotas.
Tensões políticas
Líderes militares e representantes de segurança foram alertados sobre a possibilidade de apagões globais na internet.
John Healey, Secretário de Estado para a Defesa do Reino Unido, declarou em janeiro: “Quero também que o Presidente Putin ouça esta mensagem: nós vemos vocês, sabemos o que estão fazendo e não hesitaremos em tomar medidas enérgicas para proteger este país.”
Parlamentares britânicos já iniciaram investigações para avaliar a capacidade do país em defender seus ativos submarinos diante desse cenário de insegurança.
Em carta aberta, as operadoras GlobalConnect , Alcatel, Submarine Networks, NKT, Orange , Proximus, Telecom Italia Sparkle, TEF, Vodafone e Telenor destacaram que os impactos dos danos aos cabos vão além da Europa, afetando comunicações internacionais, transações financeiras e o fornecimento de energia.
Elas enfatizaram que a rede deve ser classificada como infraestrutura crítica, com investimentos reforçados em segurança e a adoção de processos simplificados para governança e licenciamento.
Ademais, solicitaram colaboração entre a União Europeia, o Reino Unido e a OTAN para o compartilhamento de inteligência e o desenvolvimento de modelos que conciliem segurança com viabilidade operacional.
Em um trecho da carta, foi ressaltado que “abordagens harmonizadas devem ser desenvolvidas para o ecossistema de cabos submarinos, visando alinhar os objetivos de segurança com a viabilidade operacional, bem como um modelo de negócios viável e com base em melhores práticas proporcionais e baseadas em risco, desenvolvidas em estreita consulta com a indústria.”
Além da preocupação com ataques provenientes de fontes russas, há também apreensões quanto a possíveis sabotagens envolvendo outros atores, como evidenciado por incidentes recentes em Taiwan, que apontam para riscos de operações chinesas.